Justiça bloqueia R$ 227 milhões de envolvidos na Operação Aquarela
Decisão afeta o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin e o ex-diretor da Associação Brasileira de Bancos Estaduais Juarez Lopes Cançado
atualizado
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A Justiça ordenou o bloqueio de R$ 227 milhões do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Tarcísio Franklin de Moura e do ex-diretor da Associação Nacional de Bancos (Asbace) Juarez Lopes Cançado. Os dois estão entre os envolvidos na Operação Aquarela, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal em 2007.
A decisão, da juíza Magnolia da Gama e Souza, da 11ª Vara da Justiça Federal do DF, atende a pedido da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Até o momento, a Justiça encontrou R$ 23 milhões nas contas bancárias dos envolvidos. As informações são da revista Época.
A Aquarela desvendou um esquema de lavagem de dinheiro que envolvia contratos sem licitação entre o BRB e a Asbace. Os recursos eram repassados a outra empresa, a ATP Tecnologia e Produtos S/A.Quando a operação policial foi deflagrada, 19 pessoas tiveram a prisão decretada.
O caso ganhou grande repercussão por envolver o nome do ex-governador Joaquim Roriz, que na época, era senador. Roriz teve conversas telefônicas gravadas pela polícia. Os diálogos mostravam ele e Tarcísio de Moura negociando a entrega de um cheque de R$ 2,2 milhões.
Bezerra de ouro
Na ocasião, Roriz alegou que a quantia se tratava de um negócio particular com o empresário Nenê Constantino para a compra de uma bezerra no interior de São Paulo. O presidente do BRB seria o responsável por descontar o cheque do Banco do Brasil no caixa da instituição candanga. O caso ficou conhecido como o escândalo da Bezerra de Ouro.
O desgaste levou Roriz a renunciar ao mandato de senador antes que fosse aberto processo por quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado, ainda em 2007. Ainda assim, o ex-governador teve os direitos políticos suspensos, pois foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado em segunda instância em outubro de 2015.
Até a última atualização desta matéria, a reportagem não tinha conseguido localizar Tarcísio Franklin de Moura, Juarez Lopes Cançado nem as respectivas defesas para comentar o assunto.