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Juntos, Cristovam e Frejat acreditam que podem vencer Rollemberg

Desafio será convencer o eleitor de que as propostas são melhores. Atual governador tem como trunfos responsabilidade fiscal e imagem limpa

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Hugo Barreto/Metrópoles
Rollemberg anuncia desincompatibilização
1 de 1 Rollemberg anuncia desincompatibilização - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Juntos somos mais fortes. Se já existisse um lema para a oposição a Rodrigo Rollemberg (PSB), esse cairia como uma luva. Embora as peças do xadrez político ainda não estejam todas posicionadas para o início da disputa pelos cargos eletivos, o encontro entre o senador Cristovam Buarque (PPS) e o ex-secretário de Saúde e “buritizável” Jofran Frejat (PR) ocorrido nessa quarta-feira (16/5) reforça a tese segundo a qual os grupos precisam chegar a um entendimento para garantir que o socialista não seja reeleito.

O desafio da oposição será convencer o eleitor de que as propostas são as melhores para o Distrito Federal. Rollemberg possui como trunfos, por exemplo, a saída do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – que tem permitido ao governador investir em obras e na nomeação de servidores – e, principalmente, o fato de não ter seu nome envolvido em escândalos de corrupção. O discurso de um governo pautado pela honestidade, aliás, será uma das bandeiras empunhadas por Rollemberg durante a campanha.

Enquanto, de um lado, a candidatura de Jofran Frejat para o Governo do Distrito Federal (GDF) é dada como certa, do outro, a aliança formada por 12 partidos e capitaneada por Cristovam busca um consenso. Nessa composição, para os três pré-candidatos a governador da possível chapa – Alírio Neto (PTB), Izalci Lucas (PSDB) e Wanderley Tavares (PRB) –, o sonho de comandar o Executivo local tem falado mais alto.

Frejat acredita que não entrar em coalizão neste momento, de pré-candidatura, pode dificultar o caminho de ambos os grupos. “Se nós nos mantivermos unidos, podemos ganhar com facilidade. Se não fecharmos, vamos acabar caminhando para o segundo turno, e isso significa começar a negociar posições. Isso não é bom”, afirmou ao Metrópoles.

Cristovam reforça o coro de que as chances de segundo turno são mais reais se a chapa for definida mais tarde. “Até porque, unidos, haverá só um turno”, declarou. O parlamentar, no entanto, ressalta ser importante, primeiramente, analisar se os princípios e os compromissos são os mesmos. Caso se chegue ao instante de alinhar os objetivos, é possível haver afastamento de algumas pessoas de ambos os blocos, disse o senador.

Os dois afirmam que a reunião ocorrida nessa quarta-feira (16/5) não é novidade, pois já haviam se encontrado anteriormente. Inclusive, os mesmos nomes tinham ensaiado aliança em outro momento, mas declarações de Frejat sobre “descumprimento de acordo selado” racharam o grupo. Agora, Jofran Frejat e Cristovam Buarque sinalizam a reabertura do diálogo.

Para o cientista político Aurélio Maduro, isso é uma indicação de que os adversários políticos perceberam fortalecimento de Rollemberg. Ainda assim, segundo Maduro, a população brasiliense estará em busca de uma via alternativa durante a campanha. “A sociedade está cansada da velha política. Ela quer transparência, propostas e objetividade.”

Discurso incoerente
O presidente do PSB-DF, Tiago Coelho, criticou a articulação dos políticos de oposição. O socialista classificou como “impressionante” a movimentação entre pessoas com “ideologias tão distintas”. “Dizem que o governador está com alta rejeição, mas o mais impressionante é todos estarem se unindo para derrotá-lo. Isso mostra um incoerência de discurso”, disparou.

Para o dirigente partidário, Cristovam aparenta estar mais preocupado com a reeleição do que com a elaboração de projetos para a cidade. Já em relação a Frejat, “espanta” o fato de a “pré-campanha” estar ancorada em pessoas envolvidas em “todos os escândalos de corrupção da capital da República”.

Uma tonalidade diferente
Para Frejat, contudo, aliar-se a personagens como Cristovam pode ainda representar uma espécie de equilíbrio no bloco em que se posicionam o ex-governador José Roberto Arruda (PR) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB).

Ambos têm sido expostos constantemente em desdobramentos da Operação Panatenaico. Eles são acusados de participar do esquema de desvio milionário nas obras do Mané Garrincha e do BRT.

Ao Metrópoles, Frejat disse que não se preocupa com o fato de aliados serem alvos de ações judiciais, e declarou “não julgar ninguém”. “Por que eu vou responder pelos outros? Se fizeram algo de errado, se é que fizeram, cada um que responda às acusações. Não vamos ficar jogando pedras”, disparou. 

Um apoio que o ex-secretário de Saúde ainda tenta garantir é o do presidente da Câmara Legislativa (CLDF), Joe Valle (PTD). O problema, porém, é que o partido almeja palanque próprio para a disputa pelo GDF e para apoiar o presidenciável Ciro Gomes.

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