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Jardins Mangueiral: Arruda e Magela pediram R$ 9,4 mi, diz delator

Valores da propina constam na delação do ex-presidente da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Paul Elie Altit, divulgada por Fachin

atualizado

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Jardim Mangueiral
1 de 1 Jardim Mangueiral - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-governador José Roberto Arruda (PR) e o ex-secretário de Habitação Geraldo Magela (PT) teriam pedido propina no valor de R$ 9,4 milhões para tirar do papel a Parceria Público Privada (PPP) do projeto habitacional Jardins Mangueiral, em São Sebastião. As acusações contra os dois políticos brasilienses constam das delações feitas por ex-executivos da Odebrecht e divulgadas nesta quarta-feira (12/4) pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo delação premiada do ex-presidente da Odebrecht Realizações Imobiliárias Paul Elie Altit, Arruda pediu R$ 8 milhões às empreiteiras. Já o petista exigiu receber R$ 1,4 milhão. O intermediário do negócio, de acordo com o delator, teria sido, nos dois casos, o empresário Adalberto Valadão.

Altit contou que pouco depois de vencerem a licitação, durante uma reunião das empresas que participavam do empreendimento, foram informados por Valadão que deveriam pagar uma “contrapartida” de R$ 8 milhões pelo “sucesso no desenvolvimento do trabalho”. De acordo com ele, teria ficado acertado que, após o início das vendas das unidades habitacionais, cada empresa pagaria um “quinhão”.

O ex-executivo da Odebrecht afirmou que os pagamentos eram feitos por intermédio de Valadão. Na planilha de propina da construtora, ele identificou pelo menos dois desembolsos a Arruda relacionados ao projeto Mangueiral: um deles de R$ 318 mil, registrado na semana entre 30/8/2010 a 3/9/2010, e outro de R$ 180 mil, entre os dias 20/9/2010 e 24/9/2010.

Todos foram feitos após a saída de Arruda do GDF, depois do escândalo da Caixa de Pandora. Altit disse ainda que embora tenha localizado apenas esses dois pagamentos no sistema, “não significa que não existam outros” em nome do político.

Veja o vídeo: 

 

Sobre Magela, Paul Elie Altit declarou que no final de 2013, o então secretário de Habitação teria solicitado repasses financeiros para “alimentar” a sua campanha ao Senado Federal, em 2014. Novamente, segundo o delator, o contato e interlocutor da propina seria o empresário Adalberto Valadão.

Na delação, Altit destacou que Magela “sempre sinalizou que o GDF estava planejando outros projetos habitacionais, com cerca de 50 mil unidades, e que existiriam várias outras empresas interessadas e que poderiam concorrer com a Odebrecht”.

O ex-executivo disse que foi repassada a Magela, no período entre março e outubro de 2014, a quantia de R$ 1,4 milhão. De acordo com ele, parte dos recursos não foi contabilizada e acabou sendo paga em espécie. Outra parte, cerca de R$ 700 mil, teria sido paga na forma de doação da campanha de 2014.

Veja o vídeo: 

 

O Jardins Mangueiral é um bairro planejado, com infraestrutura urbana de água, esgoto, iluminação pública, ruas pavimentadas e urbanizadas, lazer e segurança. Foram construídas 8 mil unidades habitacionais. O projeto, que movimentou mais de R$ 1,3 bilhão, é uma parceria do GDF (que entrou com o terreno), com outras construtoras brasilienses. Ocupa uma área de 200 hectares, às margens da DF-463.

O pagamento de propina no empreendimento já havia sido denunciada na delação da ex-secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares. Segundo a funcionária, que trabalhava no chamado “Departamento de Propinas” da construtora, “Grama”, codinome não identificado, teria recebido R$ 200 mil em espécie, num pagamento referente ao Jardins Mangueiral.
Segundo o advogado de Arruda, Paulo Emílio Catta Preta, as acusações são improcedentes. “Não tivemos cópias da íntegra dos depoimentos ou dos autos ainda. O que posso lhe dizer é que não há procedência nas acusações porque a Odebrecht não executou grandes obras na gestão do governador José Roberto Arruda, pois ele teve seu governo abreviado no início de 2010, como todos sabem. Todas as execuções foram posteriores a isso”, disse ao Metrópoles.
A reportagem não conseguiu contato com Adalberto Valadão e com Geraldo Magela até a última atualização desta matéria.

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