Ibaneis quer implodir viaduto se Rollemberg não concluir reconstrução
Parte do elevado sobre a Galeria dos Estados desabou em 6 de fevereiro deste ano. Recuperação é conduzida pela Via Engenharia
atualizado
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O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), revelou ao Metrópoles – na primeira entrevista exclusiva concedida após o resultado da votação – que pretende implodir o viaduto sobre a Galeria dos Estados caso a obra de reconstrução não fique pronta até o fim do mandato de Rodrigo Rollemberg (PSB). Parte do elevado no centro da capital da República desabou em 6 de fevereiro deste ano.
O emedebista colocou em xeque a capacidade do atual chefe do Executivo local de entregar a estrutura até dezembro. “Acho que o governador, infelizmente, vai entregar o viaduto sem conseguir concluí-lo. Se não conseguir concluir, vou implodir e fazer um novo. Acho que Brasília merece um viaduto novo, com área de restaurantes ali embaixo. Nós temos que cuidar das coisas de uma forma bem rápida”, disse.
O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF) observou, ainda, faltar interlocução entre Câmara dos Deputados, Senado e os Executivos local e federal. “Brasília é fruto disso e nós vamos fazer funcionar de forma muito rápida”, concluiu.
Confira a entrevista:
A postura de Ibaneis converge com o entendimento da comissão formada por professores da Universidade de Brasília (UnB) que fez a avaliação do viaduto. Em 7 de março, o grupo recomendou a demolição total de 194m do elevado. Com base nas análises realizadas com amostras do concreto, os profissionais apontam que o grau de deterioração da construção recebeu pontuação de 240, índice considerado altíssimo.
Na época da queda, o compromisso do Governo do Distrito Federal (GDF) era entregar a estrutura pronta em setembro. A nova previsão, anunciada pela Casa Civil do GDF em 17 de setembro, é de conclusão em dezembro. Para que o cronograma seja antecipado, haverá dois turnos de trabalho.
A reconstrução do viaduto será realizada pela Via Engenharia, empreiteira investigada no âmbito da Operação Panatenaico, por superfaturamento e pagamento de propina nas obras do Estádio Mané Garrincha. O valor investido pelo GDF será de R$ 10,9 milhões para a recuperação da laje, construção de novos blocos e de sete pilares.
A estrutura caiu sobre quatro carros e um restaurante, mas não houve feridos. Laudo pericial elaborado pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil a respeito do ocorrido, ao qual o Metrópoles teve acesso, confirmou que há tempos o elevado pedia reparos. O problema já havia sido alertado pelo Tribunal de Contas local (TCDF) anos antes do desastre, mas a recomendação de efetuar reparações urgentes foi ignorada.