Ibaneis calcula que assumirá GDF com rombo de R$ 5 bilhões
No cálculo, o governador eleito já incluiu na conta o pagamento da terceira parcela do reajuste dos servidores públicos do DF
atualizado
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O governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) disse nesta segunda-feira (12/11) que calcula assumir o comando do Distrito Federal com déficit de R$ 5 bilhões. O emedebista afirmou não ter tido dificuldades em coletar informações com a equipe de transição de Rodrigo Rollemberg (PSB), mas adiantou que o rombo deve ser grande.
Com a terceira parcela [do reajuste salarial] e as ações judicializadas, o déficit pode chegar a R$ 5 bilhões. Temos de somar com tudo. Se os trabalhadores têm direito, tem de estar calculado
Ibaneis Rocha, governador eleito
O novo chefe do Executivo local ainda ressaltou que pretende sentar com lideranças sindicais para avaliar a melhor forma de efetuar o aumento concedido ainda na gestão do petista Agnelo Queiroz e vetado por Rollemberg. “Vamos nos reunir e analisar da melhor forma possível como dar esse reajuste, pois é um direito deles”.
A declaração foi dada após reunião com Sidrack Corrêa, secretário de Patrimônio da União, com quem o futuro titular do Palácio do Buriti espera conseguir que o Distrito Federal seja o tutor de algumas terras de propriedade da União localizadas no DF. Durante o encontro, o emedebista anunciou que pretende fazer um mutirão para acelerar o processo de regularização de Vicente Pires e de terras rurais situadas em áreas do governo federal no prazo de um ano.
Rombo
Antes da eleição do segundo turno, Ibaneis disse que esperava uma dívida de R$ 2,4 bilhões. Em 21 de outubro, o Metrópoles mostrou que, mesmo com a expressiva alta na arrecadação deste ano, o próximo governo herdará uma dívida de pelo menos R$ 600 milhões. No montante, não foi considerado o aumento do funcionalismo. A atual gestão reconheceu que não conseguirá fechar o mandato Rollemberg (PSB) com as contas em dia. Assim, a falta de caixa para cobrir as despesas de 2018 deixa restos a pagar para o próximo gestor.
Procurado pela reportagem, o GDF informou que não comenta declarações do governador eleito.
Novos nomes
Na saída do SPU, o governador eleito disse ainda que tem se reunido com sua equipe em torno da busca de nomes e quadros para as secretarias. Para a Educação, Ibaneis acredita que deve anunciar o chefe da pasta até esta terça-feira (13), mas que ainda depende de uma conversa partidária.
Para a Saúde, a solução deve ser local, mas a equipe deverá vir de fora, provavelmente de São Paulo. “Não dá para continuar da forma que está. Foram muitos governos que fizeram nossa população sofrer. Por isso, quero uma solução que seja eficiente”.
Reunião no Ministério das Cidades
Na última agenda do dia, Ibaneis visitou o Ministério das Cidades e reforçou o pedido de recursos para o DF a fim de investir na construção da linha do BRT Norte, na expansão do Metrô, nas obras de infraestrutura no Pôr do Sol e Sol Nascente, bem como em áreas de risco.
O ministro pediu que a equipe de Ibaneis envie quais projetos são prioritários. Segundo o governador eleito, apenas o BRT Norte custará R$ 1,2 bilhão. “Esses recursos já existem aqui no Ministério, assim como os contratos já estão aqui, mas estão parados”, completou.
Interbairros
A última reunião pública do dia de Ibaneis Rocha foi com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone. Durante o encontro, o governador eleito solicitou autorização para aterrar cabos de energia no percurso da Interbairros, que ligará Águas Claras, Núcleo Bandeirante, passando pelo Guará, até a Rodoviária Interestadual, desafogando o trânsito nessas regiões.
“Precisamos da ajuda da Aneel e de Furnas para a implementação da Interbairros. Ela é uma via que junta essa cidade toda, melhora todo trânsito e dá um novo sentido de desenvolvimento. Para isso, precisamos fazer todo o aterramento dos cabos de furnas. Meu pedido foi para que eles nos deem essa autorização para que possamos começar essa obra importante para o Distrito Federal”, explicou Ibaneis. Caso aprovada a proposta, a estimativa é licitar as obras já nos primeiros dias de governo.
A previsão é de que a obra custe R$ 500 milhões e de que parte dos recursos sejam recuperados pela a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) com os terrenos ao redor do percurso.