GDF estoura gastos com pessoal e Rollemberg convoca sindicatos dos servidores
Despesas com salários ultrapassaram o limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Buriti prepara pacote com cortes, demissões e redução de remunerações
atualizado
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O Governo do Distrito Federal ultrapassou o limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no 2º quadrimestre de 2015. As despesas com pessoal chegaram a 50,8% da receita, um acréscimo de 1,8 ponto percentual além do permitido. Os dados, que serão divulgados em entrevista coletiva nesta segunda-feira (14/9) pela Secretaria de Fazenda, reforçam o cenário da grave crise financeira que tira o sono do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Além de não poder contratar servidores, o GDF ficará impedido de fazer operações de crédito, um dos poucos meios encontrados pela atual gestão para tirar da gaveta projetos de infraestrutura e obras, se não reverter o desempenho nos próximos quatro meses. A situação está tão ruim que o governador convocou os sindicatos que representam os servidores públicos para uma reunião, nesta segunda, às 15h.Na mesma hora, o secretário de Fazenda, Pedro Meneguetti, estará falando com a imprensa sobre os gastos com a folha. No 1º quadrimestre do ano, o GDF já havia ultrapassado o limite prudencial. Chegou a 48,01% quando o permitido era 46,55%. Hoje, o total de despesas com pessoal do GDF é de 9,2 bilhões, quando o ideal seria de 8,5 bilhões. Nas contas, divulgados nesta segunda no Relatório de Gestão Fiscal, não estão incluídos os salários da segurança pública pagos por meio do Fundo Constitucional.
Entre as medidas que o Palácio do Buriti estuda estão a redução da jornada de trabalho dos seus funcionários e, consequentemente, os salários; o corte de cargos comissionados; a redução da remuneração dos comissionados em até 20%, e o não pagamento da primeira parcela do reajuste salarial a 32 categorias do governo local, que deveria incidir sobre a folha de setembro. O impacto do aumento será de R$ 150 milhões por mês.
O governador Rollemberg passou o fim de semana reunido com os secretários e deve anunciar, nesta terça (15/9), um pacote de medidas que inclui ainda aumento de impostos, reforma administrativa e reajuste da tarifa de ônibus, já que os cofres públicos subsidiam parte dessa despesa.
Foto: Michael Melo/Metrópoles