Fernando Baiano acusa Delcídio Amaral de receber US$ 1,5 milhão em propina por refinaria de Pasadena
Dinheiro teria sido usado na campanha para concorrer ao cargo de governador de MS
atualizado
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O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, garante que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) recebeu US$ 1,5 milhão de propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos – um dos contratos que estourou a crise da Petrobrás. As informações são do “Jornal Nacional”.
Não é a primeira vez que o senador aparece em depoimentos da Operação Lava Jato. No começo do ano, o Supremo Tribunal Federal arquivou, por falta de provas, uma investigação, que foi deflagrada após a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, dizer que ouviu rumores sobre um possível pagamento de propina a Delcídio, em 2000.
Baiano afirma ter feito pagamentos diretamente ao senador do Mato Grosso do Sul quando ele concorria as eleições ao governo do estado. Além disso, segundo o lobista, Delcídio foi um dos responsáveis por indicar Nestor Cerveró ao cargo na estatal.
Delcídio também foi citado em outro contrato sobre alugueis de navios-sonda para a Petrobrás. Na delação, Baiano ainda citou o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), além do ex-ministro Silas Rondeau, também vinculado à legenda.
Defesas
Em nota, Delcídio Amaral classificou a acusação de “absurda” e “estranha”. “Além de absurdo, é muito estranho que meu nome tenha sido novamente citado nessa investigação colocado numa época em que eu era considerado ‘persona non grata’ por todos que estavam sendo investigados pela CPMI dos Correios, cuja presidência exerci exatamente nesse período (2005/2006)”, diz o comunicado.
Também em um comunicado à imprensa, Renan Calheiros negou as acusações do lobista e disse que sequer o conhece e “que não delegou ou autorizou ninguém a falar no nome dele em qualquer circunstância”. Jader Barbalho também afirmou que não conhece Fernando Soares e disse que não era senador na época da denúncia. Os advogados de Jorge Luz e o ex-ministro Silas Rondeau não foram encontrados para comentar as denúncias.