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Farra e prostituição. A zona que é a Marcha dos Vereadores em Brasília

Em vez de palestras, alguns parlamentares aproveitaram a visita à capital para conhecer bares, casas de massagem e garotas de programa. Tudo pago com dinheiro público

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Daniel Ferreira/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A semana foi agitada em Brasília. A alguns quilômetros do Congresso Nacional, onde o destino da presidente Dilma Rousseff é decidido por senadores e deputados, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, 340 parlamentares de vários estados participaram da 14ª Marcha dos Vereadores. Da redução de gastos com a máquina pública ao fim do foro privilegiado em casos de corrupção, eles prometiam se debruçar sobre problemas nacionais. Para boa parte desses políticos, no entanto, o engajamento parou ali, no conteúdo programático. Em vez de se concentrarem em palestras, debates e mesas de discussão, muitos aproveitaram a visita a Brasília para marchar para a farra.

Durante dois dias, a equipe do Metrópoles acompanhou a aventura dos vereadores na cidade grande. Três pontos principais abrigaram os participantes do evento: os setores hoteleiros Sul e Norte e o Setor de Clubes Esportivos Norte. As diárias custaram, em média, R$ 400. Os parlamentares não perderam tempo e se ambientaram rapidamente. Não demorou para descobrirem casas de massagem, bares com prostituição camuflada e até prostíbulos de luxo em pleno coração da capital federal.

O detalhe nada republicano disso tudo é que a diversão dos excelentíssimos vereadores foi paga pelos municípios de origem, ou seja, pelos contribuintes. Somente com inscrição, os parlamentares gastaram quase R$ 700 mil. A hospedagem em hotéis luxuosos e alimentação também entraram nessa conta. E, acredite, o prazer deles também foi financiado pelo cidadão.

Enquanto painéis eram realizados no auditório do primeiro pavimento do Centro de Convenções, na quinta-feira (28/4), terceiro dia de evento, um grupo de vereadores bebia e dançava ao som de uma dupla sertaneja. Tudo no mesmo andar. Generosos, atenderam ao pedido dos cantores e colaboraram com a caixinha dos artistas. Alguns deram R$ 50. Com o chapéu alheio, é fácil ser gentil.

Refrescando-se com uma lata de cerveja, o vereador Wagner Loreno (PSB), de Mormaço (RS), estava satisfeito da vida. O município dele, a 250km da capital Porto Alegre, tem 3 mil habitantes. “A festa está muito boa”, disse ao avaliar, digamos, a programação recreativa da marcha. Wagner já estava na quinta latinha.

Sentado em uma mesa com outros vereadores, o vice-presidente da Câmara Municipal de Tianguá, no Ceará, Mariano Brekenfeld Diniz (PSB), também bebia cerveja na modalidade sem moderação. Passava das 19h e a noite dele estava apenas começando.

A bancada de Tianguá, aliás, era uma das mais animadas. Depois de se divertirem na lanchonete do Centro de Convenções, enquanto a plenária comia solta no auditório, representantes da pequena cidade cearense, distante 270km de Fortaleza, marcharam para o Alfa Pub, um bar na Quadra 2 do Setor Hoteleiro Sul, lotado de garotas belas, desinibidas e da zona.

 

O vereador tianguaense chegou à Alfa Pub por volta da meia-noite desta quinta-feira (28/4). Casado, o socialista Mariano Brekenfeld Diniz ignorou o estado civil e logo engatou papo com uma moça de cabelos castanhos que usava um vestido provocativo. Estava acompanhado de outros dois colegas da Câmara. O grupo pediu um balde com cervejas. Cada uma ao preço nada módico de R$ 30 a long neck de 355 ml. Isso sim, uma sem-vergonhice. Apenas para entrar, cada um esbanjou R$ 360.

Mariano era o mais saidinho do grupo. Enquanto os outros bebiam e apreciavam de longe as garotas, ele deixou a timidez de lado e trocou beijos e carícias com a garota de programa. As autoridades municipais não se demoraram muito na boate. Foram exatos 23 minutos na Casa. Suficientes para Mariano sair de lá de mãos dadas com a acompanhante. Como o expediente da casa ainda não havia se encerrado, ele teve de pagar a luva de R$ 90 para sair de lá com a garota.

A conta, no entanto, estava longe de ser fechada. O serviço da moça varia de R$ 300 a R$ 500. “Eles é que estão certos de irem foder (sic)”, comentou outra garota que esperava sua vez para descolar um programa com algum dos participantes da marcha.

Do outro lado do Eixo Monumental, um grupo de vereadores da Região Sul buscava diversão mais em conta. Na Quadra 2 do Setor Hoteleiro Norte, mulheres bem-vestidas ofereciam sabonetes exóticos aos frequentadores de bares. Mas bastava um elogio para elas entregarem a verdadeira atividade comercial: sexo. O programa era tabelado: R$ 300. No mesmo quarteirão, um grupo de mulheres se insinuava para quem passava pela rua. Todas atendiam em uma casa da massagem. Por meia hora de diversão, R$ 70. Mais uma vez, os vereadores deram sinal de que as finanças vão muito bem, obrigado. Crise, que crise?

Na Marcha de Vereadores teve mesmo de tudo. Um dos políticos ganhou um carro de presente em um sorteio. Outros foram atrás da sorte grande em endereços nada ortodoxos da capital. Para os que vieram, o evento vai deixar saudade. Aos que pagaram, a conta das delícias de fazer política na capital. Ah sim, entre um suspiro e outro, eles soltaram o grito de protesto em frente ao Congresso Nacional.

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Prefeitos se divertiram entre bares e casas de massagem
Vereadores com garota de programa no Setor Hoteleiro Norte
Enquanto evento acontecia, Mariano bebia com outros vereadores
Marcha reuniu 1,1 mil vereadores
Cerveja e música no Centro de Convenções
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Mariano beijando uma garota de programa

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Prefeitos se divertiram entre bares e casas de massagem

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Vereadores com garota de programa no Setor Hoteleiro Norte

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Enquanto evento acontecia, Mariano bebia com outros vereadores

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Marcha reuniu 1,1 mil vereadores

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Cerveja e música no Centro de Convenções

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