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Falta de espaço e ingerências motivaram saída de Joe Valle do GDF

Distrital licenciado teria sido isolado no governo e sofrido com interferência de pessoas próximas ao governador

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1 de 1 270616RF_ joe valle 001 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A volta de Joe Valle (PDT) à Câmara Legislativa, após breve período à frente da suspersecretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (Sedestmidh), onde ele mesmo afirma ter cumprido sua missão, não foi tão tranquila assim como o distrital diz oficialmente. A falta de diálogo com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), a suposta ingerência de uma afilhada do chefe do Executivo e o isolamento do secretário teriam sido os reais motivos.

O retorno à Câmara Legislativa vinha amadurecendo há pelo menos 15 dias. O deputado insiste em afirmar que o motivo é que “o trabalho está feito, e quem assumir precisará apenas apertar botões”. Mas admite que tinha pouco espaço para opinar dentro do governo.

Um exemplo desse isolamento foi a falta de voz dentro do chamado “núcleo duro” do Buriti. O ainda secretário — ele só volta à CLDF em agosto — não participava das decisões sobre políticas governamentais.

Isolamento
A explicação para esse isolamento pode estar na atuação de Joe Valle antes de sua ida para o Executivo. Segundo uma fonte próxima ao deputado, a tática de Rollemberg foi tirar o distrital da Câmara Legislativa, onde, mesmo sendo da base, o pedetista costumava criticar a gestão do governador. “Queriam colocá-lo em um canto para que ele parasse de incomodar, como o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) fez com o ex-deputado Alírio Neto (PEN) quando o mandou para a Secretaria de Justiça”, comparou.

Outro ponto levantado por pessoas próximas ao secretário é que há ingerência no GDF — não apenas na secretaria — por parte da afilhada de Rollemberg lotada na Casa Civil, Mariana Salles, filha do presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles. Mariana é assessora especial da pasta, com uma remuneração de R$ 10,3 mil.

Um episódio determinante entre Joe e Mariana, que contribuiu para a saída do distrital do Buriti, foi uma discussão. A afilhada do governador chamou a atenção do secretário por acreditar que ele deveria ter implementado um programa sugerido por ela. Joe não recebeu bem a atitude e chegou a levar o problema para o governador, que nada fez.

Aliás, o parentesco com Mariana não é bem visto dentro do Buriti. Na Governadoria e na Casa Civil, os funcionários relatam se sentirem coagidos pelo grau de autoridade com que ela impõe a tomada de decisões. Muitas vezes, afirmando ser em nome do governador.

A reportagem procurou Mariana, por meio dos telefones da Casa Civil e pela assessoria da pasta, mas, até a última atualização desta reportagem, ela não havia se manifestado. O GDF disse que não vai se pronunciar sobre o assunto, e que quem deve falar sobre o caso é o próprio secretário.

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