Estudantes fazem ocupação-relâmpago no plenário da Câmara Legislativa
Dias após promoverem mobilizações em oito colégios do DF, estudantes protestam na CLDF depois de audiência pública
atualizado
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Cerca de 80 estudantes de escolas públicas do Distrito Federal decidiram permanecer no plenário da Câmara Legislativa após uma audiência pública, organizada pela liderança do PT, na qual foi debatida a ação policial de retirada dos alunos que protestavam em centros de ensino. A ocupação durou cerca de duas horas. Depois de duas assembleias, eles decidiram deixar o local.
O deputado distrital Wasny de Roure (PT) presidia a audiência pública na qual ocorreu a confusão. Wasny, Chico Vigilante e a deputada federal Erika Kokay, todos do PT, conversaram com os alunos. Os estudantes consideraram que tinham mais a perder do que a ganhar com a ocupação.
“Eles defendem uma causa importante, mas perceberam que, se estendessem a ocupação da Câmara, estariam desconstruindo o processo de diálogo com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança”, disse Wasny.Os alunos fizeram duas assembleias em um período de duas horas. Na primeira, votaram pela ocupação. Depois da intervenção de deputados do PT, decidiram pela saída do plenário aos gritos de “ocupa e resiste”.
Nas últimas semanas, esse tipo de movimento ocorreu em diversos estados. Alunos dos ensinos médio, superior e da educação profissional pressionam o governo por meio de mobilizações em escolas e universidades a desistir das reformas constitucionais anunciadas. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), até a quinta-feira passada (3), 152 campi universitários e mais de 1 mil escolas e institutos federais estavam ocupados.
Os estudantes são contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, a chamada PEC do Teto. Eles também são contrários à reforma do ensino médio, proposta pela Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso.