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“Estamos diluindo”, diz Ibaneis em reunião com cúpula nacional do MDB

O governador do DF defendeu a renovação da legenda e a expulsão de integrantes da sigla que estão presos, como Eduardo Cunha e Geddel Vieira

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Ibaneis Rocha – entrevista no Metrópoles
1 de 1 Ibaneis Rocha – entrevista no Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Sem esconder as pretensões de comandar a renovação do seu partido, o MDB, o governador Ibaneis Rocha participou, nessa terça-feira (20/3), de reunião da Comissão Executiva Nacional, com governadores, prefeitos e lideranças nacionais da legenda, na Câmara dos Deputados, e fez duras críticas ao momento da sigla. O titular do Palácio do Buriti afirmou que o partido “está se diluindo” e defendeu a expulsão de integrantes da sigla que estão presos.

“Não me sinto na condição de estar no mesmo partido que Eduardo Cunha. Não posso estar no mesmo partido de um camarada preso porque tinha R$ 50 milhões escondidos em malas dentro de um apartamento”, disparou, em referência ao ex-presidente da Câmara e ao ex-ministro Geddel Vieira.

O discurso inflamado foi feito na frente de caciques da legenda, como Renan Calheiros, Romero Jucá e o irmão de Geddel, Lúcio Vieira Lima.

Ibaneis foi duro e ameaçou deixar a legenda caso a situação não fosse revertida: “Ou vocês querem um partido novo ou vocês não me querem no partido. Se não enfrentarmos nossas feridas, vamos definhar”.

O chefe do Executivo local criticou a falta de protagonismo do MDB na discussão de temas nacionais importantes atuais, como a reforma da Previdência e o pacto federativo. Disse que da forma como caminha atualmente, a legenda está fadada ao insucesso nas eleições municipais de 2020. “O partido sequer existe do ponto de vista estrutural”, atacou, destacando que a agremiação corre o risco de não conseguir sequer montar diretórios regionais competitivos.

O governador tem reservado espaço significativo da sua agenda para campanha destinada a conquistar o comando nacional de seu partido. Em fevereiro, chegou a dizer ao Metrópoles: “Eu não me furto a desafio nenhum. Tenho conversado com todas as lideranças para que, se houver um consenso, eu assuma esse papel. Acredito que o MDB deve e pode ser renovado”.

Ibaneis Rocha vem embalado pelo discurso do novo, tão necessário à sobrevida da legenda, desgastada nos últimos anos pela velha política. Representante do conceito outsider, o governador do DF nunca escondeu que tem um ambicioso projeto político nacional.

No Senado
O governador aproveitou a ida ao evento partidário nesta quarta para uma agenda de interesse do DF. Ibaneis esteve com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O emedebista buscou apoio do democrata para aprovação definitiva de duas medidas provisórias, ambas enviadas ao Congresso Nacional pelo ex-presidente Michel Temer (MDB): uma prevê a transferência da Junta Comercial – até então subordinada à área federal – para o GDF; e a outra cria a Região Metropolitana de Brasília.

“Uma traz justiça para o DF, já que éramos a única unidade federativa em que a Junta Comercial era do governo federal e não do estado. Então, essa transferência é muito importante para dar condições aos nossos empresários”, disse o emedebista.

A outra MP é a que altera o Estatuto das Cidades e possibilita a criação da região metropolitana, que de fato existe, mas não de direito. “Nós temos hoje mais de três milhões de habitantes que vivem na Ride [Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno], mas não podemos ter projetos estruturantes com os estados vizinhos. Então, a partir da aprovação da MP, vamos trabalhar com Minas e Goiás de forma conjunta”, explicou Ibaneis.

De acordo com o titular do Palácio do Buriti, o pedido foi bem recebido pelo presidente do Congresso Nacional. “Ele entendeu bastante e ficou de conversar com os governadores e senadores, de forma que a gente tenha a aprovação mais rápida possível”, completou.

O governador também falou sobre a reunião do Fórum dos Governadores, agendada para o próximo dia 26, em Brasília, onde serão tratados assuntos como valores devidos pela União aos estados e municípios e fundos contingenciados. “O ministro Paulo Guedes [Economia] está empenhado em ajudar os estados”, falou, citando o pacto federativo.

Após o encontro com Alcolumbre, o governador do DF foi questionado sobre a reforma da Previdência, Ele disse que a proposta enviada pelo Planalto precisa de ajustes, principalmente no que diz respeito aos servidores estaduais. lembrou que existe um passivo bilionário a ser resolvido.

 

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