Erika Kokay entra com representação contra Sandra Faraj
Deputada federal diz que a distrital não poderia ter cobrado esclarecimentos do Centro Educacional nº 06 de Ceilândia sobre trabalho que debatia sexualidade com alunos. Parlamentar da CLDF diz que petista teve “pane mental”
atualizado
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Um trabalho escolar sobre diversidade sexual pôs em rota de colisão a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), defensora dos direitos LGBT, e a deputada distrital evangélica Sandra Faraj (SD). Na tarde desta quinta-feira (7/7), Kokay entrou com representação contra Faraj devido ao questionamento que a parlamentar da Câmara Legislativa fez ao diretor do Centro de Ensino Educacional 6 de Ceilândia. O motivo foi a tarefa passada por um professor de Biologia aos alunos do 2º ano do ensino médio. Os estudantes tinham que pesquisar sobre homofobia, integração entre gêneros, pansexualidade, relações poliamorosas e transexualidade.
Integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos LGBT no Congresso, Erika acusa a distrital de quebra de decoro parlamentar e discriminação sexual. “A deputada abusou de suas prerrogativas. Ela não poderia protocolar um pedido de esclarecimento para uma escola e ameaçar a instituição, dando prazo de 30 dias para prestar informações. Requerimento sai da Mesa Diretora, e não do parlamentar. A deputada usou de leviandade intelectual ao dizer que leis distrital e federal impedem as discussões em relação à LGBTfobia. Ao contrário, a norma diz que deve-se combater qualquer discriminação”, diz a petista, em vídeo postado no Facebook.A deputada federal subiu o tom e afirmou que as atitudes de Sandra Faraj é “fascista” e “fundamentalista”, por tentar impor doutrinas religiosas pessoais.
“Sem noção”
Sandra Faraj rebateu as acusações da petista. Segundo a distrital, a atitude de Erika é “sem noção”, uma vez que qualquer parlamentar ou cidadão pode fazer pedido de informações, por garantia de lei. “Essa senhora quer fazer mídia. Ela fez ‘n’ pedidos de esclarecimento por meio de ofícios para vários órgãos, incluindo até a prisão de policiais em Goiás”, afirmou, ao Metrópoles.
O professor dá a aula do jeito que quiser? Eu quero que me mostrem onde está, no PDE (Plano Distrital de Educação), que se pode ensinar em sala de aula ideologia de gênero. Essa mulher (Erika Kokay) deve ter tido uma pane mental
Sandra Faraj, deputada distrital
De acordo com a distrital, ao discutir sexualidade, o docente extrapolou suas atribuições. A parlamentar acredita que os assuntos debatidos na escola de Ceilândia, entre eles, a pansexualidade, não são apropriados para jovens entre 13 e 15 anos.