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Empresas de novo presidente do Senado receberam R$ 469 milhões do GDF

Desde 2012, duas empresas ligadas a Eunício Oliveira mantêm contratos de vigilância com o Executivo local

atualizado

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1 de 1 eunicio oliveira - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Senado escolheu o novo presidente da Casa na noite desta quarta-feira (1º/2). Eunício Oliveira (PMDB-CE) conquistou a vaga com 61 votos. A força do parlamentar, no entanto, não se limita à seara política. O novo chefe do Legislativo federal também é reconhecido por ser um empresário e agropecuarista de sucesso. Nos últimos anos, empresas ligadas a Eunício mantiveram contratos com o GDF.

Nos últimos seis anos, duas dessas companhias faturaram quase meio bilhão de reais dos cofres do Executivo local. A Confederal Vigilância e Transporte de Valores e a Confere Comércio e Serviços de Alimentos são as principais executoras de contratos de vigilância e transporte de valores na capital federal.

Dados do Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo) mostram que, entre 2012 e a última terça-feira (31/1), a Confere recebeu R$ 138,1 milhões do GDF, enquanto a Confederal ficou com R$ 330,9 milhões, totalizando R$ 469 milhões. Na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral, Eunício Oliveira aparece como acionista das duas empresas.

Em 2010, ano em que foi eleito para o Senado, a fortuna declarada pelo político ao Tribunal Superior Eleitoral chagava a R$ 36,7 milhões. No documento, constam as participações societárias na Confere e na Confederal.

O patrimônio se multiplicou em 2014, quando Eunício foi derrotado na disputa pelo governo do Ceará. Naquele ano, a lista de bens declarada ao TSE somava R$ 99 milhões.

Por meio de nota, o GDF informou que “a Confederal presta serviços de vigilância para a rede de saúde do DF. Desde 2014, a empresa não possui contrato regular com a pasta. A remuneração ocorre por meio de verba indenizatória, por se tratar de serviço essencial”.

O Metrópoles entrou em contato com a assessoria do senador Eunício Oliveira. No entanto, até a última atualização desta reportagem, a equipe do parlamentar não havia retornado aos contatos.

 

 

Contratos também com a União
As empresas do novo presidente do Senado também têm contratos na esfera federal. A Confederal e a Corpvs mantêm negócios de R$ 703 milhões com bancos controlados pela União. Os valores se referem a pagamentos feitos ou previstos entre 2011 e 2019 — período do mandato de Eunício no Senado. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S.Paulo.

Nos contratos firmados entre as empresas de Eunício e a União, está um com o Banco do Brasil, no valor de R$ 542,8 milhões, para a prestação de serviços em 10 estados e no Distrito Federal. Hoje, a Confederal e a Corpvs são controladas pela Remmo Participações SA. Eunício tem 99,99% do controle acionário da Remmo, ainda segundo declaração de bens do senador prestada ao TSE.

Delação da Odebrecht
Em seu primeiro mandato de senador após três como deputado, Eunício Oliveira foi citado na delação de Cláudio Melo Filho, executivo da empreiteira Odebrecht. Segundo Cláudio, Eunício recebeu R$ 2 milhões, em duas parcelas, a título de “ajuda” para a aprovação de projetos no Senado. Nas planilhas dos supostos pagamentos, o senador é chamado de “Índio”. O peemedebista nega ter recebido os recursos.

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