metropoles.com

Em meio ao fogo cruzado entre GDF e sindicatos, distritais votam PL da Saúde

Expansão do modelo do IHB a outras unidades é vista por Ibaneis como essencial para melhorar o atendimento, mas medida enfrenta resistência

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Câmara Lesgislativa do Distrito Federal CLDF
1 de 1 Câmara Lesgislativa do Distrito Federal CLDF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O governador Ibaneis Rocha (MDB) passará pela primeira grande prova de fogo desde que assumiu o comando do Distrito Federal. Na tarde desta quinta-feira (24/1), o chefe do Executivo local testará sua força política ao tentar aprovar, na Câmara Legislativa, o projeto de lei que expande o modelo de gestão do Instituto Hospital de Base (IHB) para mais unidades da rede. O resultado interessa a milhões de pessoas dependentes da saúde pública na capital federal.

Para ver a proposta validada, o emedebista precisa convencer pelo menos 13 parlamentares a dizerem “sim”. O PL a ser apreciado pelos distritais será analisado em meio a um ambiente de extrema pressão. De um lado, sindicatos do setor são unânimes em demonizar o texto. Entendem que a mudança terceiriza o SUS e retira direitos dos servidores.

Nessa quarta (23), o coro dos sindicalistas foi reforçado pelo Ministério Público Federal (MPF-DF), Ministério Público do Trabalho (MPT-DF) e o Ministério Público de Contas do DF (MPC-DF), que pediram aos deputados para não votarem a matéria.

Ibaneis reagiu à recomendação dos três órgãos de controle. Para ele, soa estranho o fato de o MPDFT não ter apresentado oposição à proposta. “Por que justamente o MPDFT, o foro adequado para se discutir essa questão, não apresentou nenhum tipo de impedimento? Porque, em 2017, o próprio MPDFT manifestou-se pela constitucionalidade da lei que criou o Instituto Hospital de Base”, respondeu ao Metrópoles.

O “zero um” do Palácio do Buriti se refere à decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que, há dois anos, acompanhou o entendimento do MPDFT e, por unanimidade, declarou legal a Lei Distrital nº 5.899/2017, que autorizava o Poder Executivo a alterar o modelo de gestão do maior centro de assistência médica do DF.

Na ocasião, os desembargadores julgaram improcedentes duas ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas pelo PT-DF e pelo PMDB-DF.

Veja:

Ação Declaratória de Constitucionalidade do Instituto Hospital de Base by Metropoles on Scribd

Após muita discussão, o GDF aceitou replicar o modelo do IHB apenas ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) e aos hospitais regionais de Taguatinga e Santa Maria, além das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A ideia inicial contemplava a rede inteira. O executivo também suprimiu do texto original a possibilidade de extinção de carreiras e de benefícios para os servidores públicos ligados à Secretaria de Saúde que estão no exercício das funções. No entanto, as alterações não foram suficientes para sanar a insatisfação das categorias com o projeto.

Reação dos sindicatos
As quatro maiores entidades sindicais que representam funcionários públicos que trabalham em unidades de saúde do DF demonstraram descontentamento com a nova proposta. Mesmo com o recuo da proposta inicial do governo, entidades representativas de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outras categorias profissionais pedem a retirada do projeto.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico), Gutemberg Fialho, a proposta é condenável desde a concepção. Segundo ele, quando se transfere a gestão para entidade privada ocorre uma terceirização do serviço “É o estado reconhecendo a sua incapacidade de fazer a gestão pública do SUS”, atacou.

Já na opinião da presidente do Sindicato dos Enfermeiros do DF, Dayse Amarílio, o PL foi muito simplificado e não detalha aspectos importantes. “Nosso ponto crucial é a retirada do modelo de contratação celetista. A categoria clama para que o estatuto do servidor seja mantido, porque o servidor tem carregado a Secretaria de Saúde nas costas”, reclamou.

Na visão do diretor financeiro do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF), Newton Batista, nem emendas parlamentares atariam as “pontas soltas” deixadas pela proposta. “Transformaria o texto em um Frankestein e não queremos isso. Somos contra a votação desse projeto sem antes ter um debate envolvendo o Conselho de Saúde e com ampla participação da sociedade civil”.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília foi o único a não se manifestar diretamente pela retirada do projeto. Por meio de nota, divulgada no site da entidade, o SindSaúde defendeu a “manutenção do diálogo com o GDF, blindagem das carreiras e reforço da luta dos servidores”.

Como pensam os distritais?
Metrópoles procurou cada um dos 24 deputados distritais a fim de saber como eles pensam em votar a matéria a ser analisada na autoconvocação. A maioria (8) se declarou indecisa. Dois estão fora da cidade e não está confirmada a participação deles na sessão. Sete integrantes da base governista são favoráveis à proposta e sete se mostraram contra. A tendência é de que o projeto seja aprovado, mas não há como cravar que o Buriti terá vitória avassaladora.

Polêmica
Desde que o governador decidiu ampliar o modelo de gestão do Instituto Hospital de Base para outras unidades, uma enxurrada de críticas foi disparada pelos integrantes da Câmara Legislativa. Na segunda-feira (21), o secretário de Saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto, foi ao encontro dos deputados distritais com a intenção de convencê-los a fazerem convocação extraordinária.

Na ocasião, os parlamentares afirmaram que, no momento, só aceitariam fazer uma autoconvocação se o GDF fizesse três mudanças no projeto: restringir a expansão apenas ao Hospital de Santa Maria e UPAs; não acabar com gratificações dos servidores; e não extinguir carreiras da Saúde.

O chefe do Executivo local aceitou reduzir a ampliação do modelo de gestão apenas para o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), hospitais regionais de Taguatinga e de Santa Maria, além de seis UPAs existentes no DF. Somado a isso, Ibaneis suprimiu do projeto original a possibilidade de extinção de carreiras e de benefícios para os servidores públicos ligados à Secretaria de Saúde que estão no exercício das funções.

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?