metropoles.com

Em dia decisivo, Câmara Legislativa pode derrubar aumento de passagens

Às 15h, distritais votarão o projeto que revoga o reajuste imposto pelo GDF no início do ano. Manifestantes marcam protesto em frente à CLDF

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
onibus
1 de 1 onibus - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Os passageiros que utilizam o transporte público no Distrito Federal diariamente acordaram nesta quinta-feira (12/2) com uma pergunta: será que o aumento nas passagens de ônibus e metrô será derrubado? A resposta deve ser dada a partir das 15h, quando está marcada uma sessão extraordinária da Câmara Legislativa exclusivamente para votar o projeto de decreto legislativo (PDL) que pode sustar o reajuste.

Caso os distritais aprovem o PDL, será a primeira derrota do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) no parlamento em 2017.

Rollemberg, aliás, viu frustradas as articulações de quarta (11) na tentativa de manter os valores atuais das tarifas — que chegam a R$ 5 no caso do metrô e das linhas longas e de integração. Na manhã, o governador se encontraria com a base, mas a reunião foi adiada para as 19h30. Pouco antes, no entanto, o socialista cancelou o encontro alegando problemas na agenda. Na realidade, nenhum distrital tinha confirmado presença.

Como nem a própria base está solidária, o GDF já vislumbra uma derrota iminente na tarde desta quinta (11). No último dia 5, o Metrópoles apurou com os deputados que já havia os 13 votos suficientes para derrubar o aumento. Se a tendência for confirmada nesta quinta (12), o caso deve ir parar na Justiça. O Buriti sinalizou essa possibilidade.

A temperatura não estará quente apenas no plenário da Câmara Legislativa. Do lado de fora, movimentos sociais que defendem o passe livre prometem pressionar os deputados. Uma manifestação foi marcada para as 14h.

Entenda a crise deflagrada desde que Rollemberg aumentou a tarifa

Canetada pré-réveillon

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Em 30 de dezembro, uma sexta-feira, o GDF anunciou que as tarifas dos ônibus e do metrô ficariam mais caras a partir de 2 de janeiro, uma segunda-feira. Subiram de R$ 2,25 para R$ 2,50 as linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50 as de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5 as viagens de longa distância e integração, assim como as de metrô. O reajuste afetou as mil linhas de ônibus operadas por 3 mil coletivos de empresas e cooperativas. O GDF alega que o gasto de R$ 600 milhões com as gratuidades no transporte público tornaram o sistema insustentável.

Indignação generalizada

Daniel Ferreira/Metrópoles
Com os usuários revoltados após o aumento de até 25% sem que houvesse debate com a sociedade, manifestações começaram a pipocar pelo DF. Ao menos quatro tiveram como palco a Rodoviária do Plano Piloto. Uma delas chegou a bloquear o trânsito no Eixo Monumental, e os manifestantes se dirigiram para o Eixão Sul. A cavalaria da PM avançou sobre um grupo de ativistas e um vídeo que circulou na internet mostra um rapaz sendo pisoteado por um cavalo.

CLDF apresenta alternativa: onerar motoristas

Daniel Ferreira/Metrópoles

Ao mesmo tempo em que os ânimos se exaltavam, a Câmara Legislativa começava a elaborar o projeto de decreto legislativo que será votado hoje. Além de derrubar o aumento, o texto do PDL prevê uma série de medidas para reforçar o caixa do sistema de transporte. As novidades podem onerar a parcela da população que utiliza automóveis para se locomover. Duas dessas propostas preveem cobranças em estacionamentos públicos e uma taxa extra para quem usa serviços como o Uber.

Distritais alegam que aumento é ilegal

Daniel Ferreira/MetrópolesUm dos principais argumentos para derrubar o aumento nesta quinta (12) é que a decisão de Rollemberg foi ilegal. O aumento, segundo distritais do grupo formado para elaborar o PDL, só poderia ter sido concedido depois que o Executivo tivesse exaurido todas as alternativas. A legislação ainda determina que o Conselho de Transporte do DF seja ouvido antes de reajustes nas passagens. Esse rito, no entanto, foi ignorado pelo GDF, que extinguiu o órgão em 2015, sob a alegação de economia de recursos.

Justiça e OAB cobram explicações
Daniel Ferreira/MetrópolesEm 4 de janeiro, começou a contar o prazo de 10 dias para que o GDF apresente ao Judiciário as justificativas sobre o aumento nas tarifas. A Procuradoria-Geral do DF (PGDF) foi notificada naquele dia. A intimação é resultado de uma ação do PMDB. No mesmo período, o TJDFT havia indeferido ação popular que pedia a suspensão do aumento. No dia 5, foi a vez de a Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) cobrar explicações de Rollemberg.

Na época de distrital, Rollemberg quis ampliar o passe livreFacebook/Reprodução
Antes de apontar o passe livre estudantil como uma das causas para um possível colapso do sistema de transporte público do Distrito Federal, Rollemberg era um grande defensor da causa. É o que mostra o histórico do chefe do Executivo em seu segundo mandato de deputado distrital, entre 1999 e 2002. Naquele período na Câmara Legislativa, conforme o Metrópoles noticiou no dia 4, ele foi autor de cinco projetos que previam descontos e até a gratuidade de passagens para estudantes.

 

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?