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Em delação, ex-presidente da Andrade Gutierrez aponta Agnelo e Arruda como governadores que teriam recebido propina

De acordo com matéria publicada na revista Veja desta semana, os dois seriam acusados de cobrar “comissões” para a construção do Estádio Mané Garrincha

atualizado

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Elza Fiúza/Agência Brasil e Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Arruda e Agnelo
1 de 1 Arruda e Agnelo - Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil e Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

Dois ex-governadores do Distrito Federal estariam na lista dos nomes que teriam recebido propina da construtora Andrade Gutierrez. Matéria do jornalista Robson Bonin, publicada na revista Veja que chegou às bancas neste sábado (12/3), traz detalhes da delação premiada do ex-presidente da empresa, Otávio Azevedo, à Procuradoria-Geral da República. No depoimento, Azevedo teria afirmado que cinco ex-governadores “embolsaram comissões” para favorecer a empresa nas obras dos estádios da Copa do Mundo, realizada em 2014 no Brasil.

Entre os nomes, estariam José Roberto Arruda (na época do DEM) e Agnelo Queiroz (PT). Segundo a revista, eles teriam recebido um percentual para a construção do monumental Estádio Nacional Mané Garrincha, de quase R$ 2 bilhões, o mais caro do país. O valor ainda mantém a arena com o status de um dos três estádios mais caros do mundo, de acordo com lista da Pluri Consultoria, publicada em 2014. O Mané Garrincha só teve valor inferior ao de Wembley, na Inglaterra, e o Stade de Suisse, na Suíça.

O depoimento de Azevedo, em troca da liberdade, coloca o Distrito Federal de vez nas investigações da Operação Lava Jato. O ex-presidente da Andrade Gutierrez teria declarado que “pagar propina por obras do governo petista (de Lula e Dilma) era regra de qualquer setor – e não uma anomalia apenas da Petrobras”, diz a reportagem. A Andrade Gutierrez fez parte do consórcio responsável pela construção do Mané Garrincha ao lado da Via Engenharia.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

O depoimento reforça as suspeitas de que as obras do Mané Garrincha foram superfaturadas. Sede de sete jogos durante o Mundial, a arena custou mais do que o dobro do valor inicial, previsto em R$ 670 milhões. Os outros três ex-governadores citados seriam Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro; Eduardo Braga, do Amazonas, e atual ministro de Minas e Energia; e Omar Aziz, hoje senador.

Comissões 
Na lista da propina de Otávio Azevedo também estaria incluído o ministro da Coordenação Política, Ricardo Berzoini. Segundo o depoimento que a revista afirmou ter acesso, o político era o responsável pelo recebimento de “comissões” pelos contratos do governo, em uma tabela que variava de 1% a 5%. Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Antônio Palocci, ex-chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, auxiliavaria nas negociações.

No início do mês, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato. De acordo com reportagem publicada na revista Istoé, Delcídio citou várias vezes o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, a quem acusou de tentar evitar a punição de corruptos e corruptores.

O outro lado
O advogado de José Roberto Arruda, Ticiano Figueiredo, afirmou ao Metrópoles que o ex-governador jamais recebeu qualquer dinheiro ilícito. “Não há qualquer prova material de que ele tenha sido beneficiado com esse tipo de propina no curso da sua gestão”, afirmou.

Procurado pela reportagem, o ex-governador Agnelo Queiroz não se manifestou até a publicação da matéria.

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