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Votação no DF teve ameaça de bomba, quatro prisões e 45 urnas trocadas

Eleitores foram detidos por estarem filmando e fotografando as urnas. Caixa suspeita mobilizou PMs e Bombeiros, mas tinha tijolo dentro

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles/Foto ilustrativa
Ameaca bomba 5
1 de 1 Ameaca bomba 5 - Foto: Michael Melo/Metrópoles/Foto ilustrativa

O segundo turno das eleições no Distrito Federal foi marcado por ameaça de bomba e, pelo menos, quatro prisões neste domingo (28/10). Três delas ocorreram porque pessoas tiraram fotografias nas cabinas de votação, o que é vedado por lei. Em outra ocorrência, um homem foi detido por promover tumulto na seção. Já em São Sebastião, o dono de um caminhão do tipo trio elétrico foi autuado por crime eleitoral porque estacionou o veículo com adesivos do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) próximo ao Centro de Ensino Médio 1, local de votação.

O Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob) informou que até as 17h3 foram registradas nove ocorrências relacionadas ao pleito, sendo que seis pessoas foram autuadas em flagrante. Todas elas assinaram termo circunstanciado e foram dispensadas.

Três eleitores, dois no Recanto das Emas e um de Sobradinho, foram encaminhados pela Polícia Militar às 27ª e 13ª Delegacias de Polícia (DPs), após serem flagradas fotografando e filmando a urna no momento do voto. Duas pessoas foram detidas por “perturbação do local de votação”. As ocorrências foram registradas na 1ª e na 8ª DPs, na Asa Sul e no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

Nas 24ª e 26ª DPs, Ceilândia e Samambaia Norte, dois eleitores registraram ocorrências, alegando problemas na urna de votação. No Gama, foi registrada ocorrência de ameaça e desacato, após uma discussão em frente a um local de votação (escola). Um homem foi preso. Em Taguatinga, 12ª DP, um eleitor registrou ocorrência por “ausência de comprovante de votação”.

Ameaça de bomba
O Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram mobilizados para atuar em uma ocorrência nas imediações da Escola Classe 19, um dos pontos de votação, localizado na QNA 39 de Taguatinga Norte. Uma caixa de papelão suspeita, com folha A4 e o desenho de uma bomba por fora, foi achada no muro do colégio.

Diante da ameaça de bomba, os militares isolaram a rua para detonar o material. A votação, porém, não precisou ser interrompida na escola. Alguns moradores que ficaram dentro da área de isolamento do Bope, no entanto, tiveram de ser retirados de suas casas, por medida de segurança. Os militares utilizaram equipamento de raio-x para identificar o que havia dentro da caixa. Após a checagem, a PM informou que não havia nenhuma bomba e, sim, tijolo.

 

O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) registrou três ocorrências que tiveram relação com as eleições. A primeira foi o apoio à Polícia Militar em decorrência da Operação Petardo. No Colégio JK, Guará 1, um eleitor também passou mal e recebeu atendimento no local. Nenhum dos casos foi considerado grave.

O Departamento de Transito do Distrito Federal não registrou acidentes em decorrência das eleições deste domingo. De acordo com órgão, o fluxo de veículos foi 13% menor que no primeiro turno. O pico máximo de veículos registrados nas vias do DF foi ao meio dia. Os pontos de maior retenção de tráfego foram nas Avenidas Castanheiras e Copaíbas, em Águas Claras, entre 11h e 14h. Para normalizar o trânsito no local, o Detran ajustou o tempo do semáforo localizado no balão em frente à Unieuro.

Urnas trocadas
Até as 15h, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) precisou trocar pelo menos 45 urnas: sete por problemas na biometria, seis por travamento, duas com visor do terminal danificado. Os outros casos decorreram das seguintes falhas: urna com bip disparado, erros de HD, hardware e de impressora; teclado do terminal estragado, teclado sem funcionamento e urna reinicializada.

De acordo com o TRE, por volta das 7h30, foi realizada a auditoria de integridade dos sistemas eletrônicos das urnas. A análise, que tem o objetivo de comprovar a autenticidade e segurança do processo, foi feita em três equipamentos.

 

Movimentação começa cedo
A movimentação para votação neste domingo (28) começou cedo. Mesmo antes das 8h, quando as zonas eleitorais foram abertas, já havia gente esperando para exercer a sua cidadania. Uma hora depois, o fluxo de eleitores começou a ficar um pouco mais intenso em algumas regiões, como em Águas Claras e na Asa Norte, mas nada comparado à longa espera e sujeira nas ruas do primeiro turno.

A aposentada Mailde da Silva Cândido, 69 anos, e a amiga Joana Luiz de Azevedo, 57, foram as primeiras a chegar à Zona 001, na 604 Sul, onde o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) votou por volta das 9h. Às 7h40, elas esperavam os portões abrirem. “No primeiro turno, também cheguei bem cedo. Não enfrentei muita fila. Assim, a gente já fica despreocupada o resto do dia”, disse Joana.

O jornalista aposentado Alencar Monteiro, 79, pela lei, não precisa mais votar, mas acha importante ainda contribuir para a cidadania. “Tenho uma obrigação cívica, para poder mudar a situação atual. Chego sempre cedo”, afirmou. Aos 95, Lenir da Conceição Silveira Azevedo percorreu cerca de 2 mil km, de São Luís (MA) a Brasília, para votar.

O vigilante Eduardo Meira, 55, também não quis esperar a movimentação de eleitores ficar intensa. Ele foi o primeiro a chegar ao Colégio Cor Jesu, na 615 Sul, onde vota. Às 6h30, estava na porta da instituição de ensino.

“Eu acordo cedo, então eu aproveitei para votar logo”, explicou. O morador da Asa Sul disse que escolheu a sua opção nas urnas há quatro anos. “O que me entristece são as brigas, no momento que deveríamos estar unidos, independentemente de posições partidárias”, comentou o homem, que vestia camisa do Brasil.

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Ameaça de bomba mobilizou o Bope em Taguatinga

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Porta da Escola Classe 19 de Taguatinga, onde pacote suspeito foi achado neste domingo

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Fila grande no Centro de Ensino Fundamental 102 Norte pela manhã foi exceção: maioria das seções estava vazia

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Melquias votou na Unieuro, na entrada de Águas Claras e não enfrentou problemas de acessibilidade

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Movimentação no Colégio Cor Jesu, na Asa Sul

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Ibaneis com a esposa, Rafaela, chega para missa na Asa Sul

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Ibaneis na missa, ao lado da esposa, que está grávida

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Rollemberg votou por volta das 9h na Zona Eleitoral 1, na Asa Sul. Estava acompanhado da primeira-dama, Márcia Rollemberg, e do candidato a vice, Eduardo Brandão

Walterson Sula / Especial para o Metrópoles
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Rollemberg votou logo no começo da manhã

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Vigilante Eduardo Meira, 55, foi o primeiro a chegar ao Colégio Cor Jesu, na 615 Sul, onde vota

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No Maristão, da 615 Sul, mesário ficando tomando conta do cachorro de eleitor

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Movimentação na Escola Classe 08, do Cruzeiro, foi tranquila no começo da manhã

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No Colégio Ipê, de Águas Claras, ao contrário do primeiro turno, a votação foi tranquila na manhã deste domingo (28/10)

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Cláudia Maria Vilela contou com a ajuda de policiais militares para chegar até a seção de votação, no Colégio Marista, na 609 Sul, onde já estudou

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Escola DNA, na 404 Norte, vazia e sem fila pela manhã

Ao lado do colégio, na Igreja Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, o candidato ao Palácio do Buriti pelo MDB, Ibaneis Rocha, chegou pontualmente às 8h para assistir à missa. Estava acompanhando da esposa, Mayara Noronha, e do deputado federal Rôney Nemer (PP). Ibaneis vestia blusa social azul clara e calça jeans.

Rollemberg chegou às 8h30 na Zona Eleitoral 001 para votar. Ele estava acompanhado da mulher, Márcia Rollemberg, do vice, Eduardo Brandão (PV), da senadora eleita Leila Barros (PSB) de secretários de Estado, membros da coligação Brasília de Mãos Limpas, assessores e cabos eleitorais.

Após a votação, o governador garantiu não temer o resultado das eleições. “Com muita tranquilidade vamos esperar o veredito das urnas e o desejo da população de Brasília”, disse ao Metrópoles.

Na zona eleitoral onde votou o socialista, os eleitores reclamaram que algumas seções mudaram de sala. O aposentado Evandro Silva Matos, 57, se incomodou com a alteração. “Não avisaram ninguém. Você chega e não tem orientação. Da última vez fiquei aguardando cerca de 40 minutos para votar com problemas na biometria. Já estou aqui a uns 15 minutos”, disse.

De acordo com o responsável pela votação no local, Francisco José, a mudança foi necessária para evitar tumulto, como ocorrido no primeiro turno. “Colocamos as seções mais vazias em locais mais estreitos. Por conta do governador que vem votar aqui, o espaço fica muito lotado. Tivemos que mudar”, ressaltou.

Na Zona Eleitoral 15, na Faculdade Unieuro, em Águas Claras, a maior do DF, o movimento de carros nas imediações era intenso logo no começo da manhã. Mesmo chegando cedo, os eleitores precisam enfrentar congestionamento para ter acesso ao estacionamento da instituição de ensino.

Cadeirante, o militar reformado Melquias Ribeiro da Silva, 61, vota na Unieuro. Ele disse que não teve problemas de acessibilidade para votar na seção eleitoral 380, que fica no segundo andar. Melquias subiu pela rampa. ”Aqui não teve problema. Mas, na cidade em geral, é bem difícil de se locomover”, garante.

A bibliotecária Cláudia Maria Vilela, que também é cadeirante, ao contrário, teve dificuldades. Ela contou com a ajuda de policiais militares para chegar até à seção de votação, no Colégio Marista, na 609 Sul, onde estudou anos atrás. O problema foi a falta de acessibilidade na calçada.

Por volta das 9h, a fila de pessoas nas rampas de acesso da maior zona eleitoral do DF já era maior. Teve eleitor que não quis se desgrudar do pet nem na hora da votação. Foi o caso da psicóloga Silvânia Rodrigues, 50, que levou a Shih Tzu Cristal. ”Não tive nenhum problema ou restrição para trazê-la. Moro perto e vim andando pra votar na seção 365 (de Águas Claras). O bom é que já aproveitei para dar um passeio com ela”, comentou.

No Centro de Ensino Fundamental 102 Norte, onde fica instalada a 14ª Zona Eleitoral, o geólogo Marco Antônio Figueiredo, 57, disse ter ficado uma hora e 10 minutos na fila para votar. Ele contou que havia 68 eleitores na sua frente e, na seção do lado, apenas 10.

“Poderia haver redistribuição dos votantes na próxima eleição. É um absurdo que, com urna eletrônica, a gente gaste mais de hora para votar”, ressaltou. Os responsáveis pelo local disseram não ter havido nada de anormal. Apenas demora na hora de votar dos próprios eleitores. Ao meio-dia, já não havia mais filas no colégio.

Ao contrário do primeiro turno, as redondezas das zonas eleitorais estão mais limpas no segundo turno. A exceção foi a 16ª Zona Eleitoral, de Ceilândia Norte, onde havia muitos santinhos espalhados pelo chão.

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