“Ele compra votos, eu peço”, diz Fraga sobre Ibaneis
Candidato do DEM avaliou que promessa do adversário de reconstruir casas com recursos próprios é abuso do poder econômico: “Gravíssimo”
atualizado
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Na manhã desta terça-feira (2/10), em caminhada pela Feira dos Goianos, em Taguatinga Norte, o candidato pelo DEM ao Governo do Distrito Federal (GDF), Alberto Fraga, criticou a declaração do adversário do MDB, Ibaneis Rocha, de que vai construir com dinheiro do próprio bolso casas derrubadas pela Agência de Fiscalização do DF (Agefis) na Colônia Agrícola 26 de Setembro.
“Isso que ele fez chama-se compra de sufrágio. Eu espero que a Justiça veja com isenção essa questão. É gravíssimo o que ele falou, ainda mais em uma reunião política. Se isso não for compra de voto, eu não sei mais o que é”, apontou Fraga. “Ele vem abusando do poder econômico que detém e, agora, a soberba é tão grande que isso está transparecendo publicamente. Que voto caro, hein?”, completou.
Em um vídeo gravado no último domingo (30/9) na Colônia Agrícola 26 de Setembro, próximo a Taguatinga, o emedebista fala aos presentes: “Para vocês que buscam sua moradia, aqui no DF tem terra para levantar muito tijolo, e nós vamos manter a casa de vocês de pé. As casas que a Agefis derrubou, eu vou reconstruir com meu dinheiro”. A assessoria de Ibaneis informou que a promessa foi uma “figura de linguagem” e não se tratava de dinheiro particular, mas do orçamento do governo.
Após a pausa para falar com jornalistas, o deputado federal provocou: “Deixa eu voltar a falar com o pessoal, porque ele compra votos, eu peço”.
“Tolerância” e taxa para os ambulantes
Na agenda de campanha, o parlamentar afirmou que, se eleito, pretende criar uma subsecretaria específica para atender o grande número de demandas dos feirantes. “Cada um precisa de algo diferente. Criar esse órgão seria uma maneira de tentar encontrar uma solução para esse conflito com os camelôs, por exemplo”, explicou o buritizável.
Fraga declarou que não tem intenção de retirar os vendedores informais de onde estão. “A ideia é formar um cadastro geral para todos eles e cobrar uma taxa para poderem continuar trabalhando. O índice de desemprego está muito alto em Brasília, então devemos ter essa tolerância com os ambulantes”, completou.
Cecília Pereira da Silva (foto em destaque), 63, vende seus produtos há 10 anos nos arredores da Feira dos Goianos. “O governo não nos oferece emprego e também não nos deixa trabalhar. Eu já corri demais da Agefis. Quero ter a oportunidade de me regularizar, mas quem ganhar esta eleição deve ter a consciência de que não estamos aqui por diversão”, reclamou a ambulante.