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Drácon: Perícia não encontra imagens de distritais com Afonso Assad

Laudo da Polícia Civil sobre gravações revela que outras filmagens foram sobrepostas porque disco “estava cheio”

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Os vídeos dos circuitos internos da churrascaria Fogo de Chão e do restaurante Dom Francisco –locais em que teriam ocorrido reuniões entre os deputados Julio Cesar (PRB), Bispo Renato Andrade (PR) e seus emissários com o empresário Afonso Assad – não poderão ser usados como prova contra os parlamentares alvos da Operação Drácon. Simplesmente porque eles não existem. Laudo da perícia da Polícia Civil feita nas imagens revela que outras filmagens foram sobrepostas às gravações.

De acordo com o laudo, “a não existência das imagens se dá pelo fato de o aparelho ser comumente configurado para sobrescrever o disco em caso de o mesmo ‘ficar cheio’”. Ou seja, outras gravações foram feitas sobre as anteriores.

Os peritos concluíram, a partir daí, que o disco interno do circuito fechado de TV (CFTV) apresentou problemas, inviabilizando a extração correta do material.

As reuniões teriam ocorrido, segundo Assad, nos dias 7 de dezembro de 2015, na Fogo de Chão, e no dia 16 do mesmo mês, no Dom Francisco — ambos na Asa Sul. Portanto, oito meses antes da perícia, realizada em agosto deste ano.

O depoimento de Assad ao MPDFT ocorreu em julho deste ano. Aos promotores, o empresário afirmou que se reuniu com pelo menos dois distritais: Bispo Renato Andrade (PR) e Julio Cesar (PRB). Depois, foi procurado por Alexandre Braga Cerqueira, então assessor de Bispo Renato, que teria pedido propina em nome dos parlamentares, segundo o depoimento. O dinheiro seria de emendas destinadas à educação.

Apesar do clima de euforia causado pelo laudo, integrantes da força-tarefa do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), criada para investigar um suposto esquema de pagamento de propina na Câmara Legislativa em troca de emendas parlamentares, garantem que o “problema” não afetará a denúncia que deve ser apresentada até o final do mês contra os suspeitos.

Procurados pela reportagem, os distritais Bispo Renato e Julio Cesar não quiseram se manifestar. A assessoria de comunicação da Polícia Civil afirmou que as investigações seguem em segredo de Justiça e que, por isso, a corporação não poderia comentar o assunto. O mesmo informou o MPDFT.

O empresário Afonso Assad não foi localizado pelo Metrópoles até a publicação desta reportagem.

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