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Dono de empresa diz que Sandra Faraj mentiu em sua defesa

Sócio da NetPub apresenta extratos para mostrar que pagamento que teria de ser feito pela distrital não passou na conta bancária da empresa

atualizado

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Felipe Menezes/Metrópoles
Brasília (DF), 01/02/2017 
Volta Câmara Legislativa do Distrit
1 de 1 Brasília (DF), 01/02/2017 Volta Câmara Legislativa do Distrit - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Um dia depois de a deputada distrital Sandra Faraj (SD) apresentar as justificativas à Mesa Diretora da Câmara Legislativa para a acusação de desvio de recursos da verba indenizatória, o sócio da NetPub Filipe Nogueira desmentiu a parlamentar. Ele diz que a deputada lhe deve R$ 150 mil e apresentou movimentações bancárias da empresa, referentes ao período de fevereiro de 2015 a fevereiro do ano passado, para mostrar que não há lastro do dinheiro na contabilidade da NetPub.

Nos espelhos financeiros, aos quais o Metrópoles teve acesso, consta apenas o depósito dos boletos referentes à manutenção do servidor onde era hospedado a página da distrital, no valor de R$ 2.655,00 mensais (confira documento abaixo). O que deixa, segundo o denunciante, um saldo pendente de R$ 150 mil. Em sua defesa, Sandra diz que pagou esse valor “em cash”.

Em entrevista ao portal, porém, o ex-servidor do gabinete da distrital Filipe Nogueira rebateu, mais uma vez, a parlamentar. O sócio da Netpub disse que Sandra não repassou dinheiro nem na conta da empresa nem em espécie. Alegou ainda ter dado o carimbo de “recebido” nas notas fiscais por ser uma exigência da distrital para fechar o contrato com a empresa. A expectativa, segundo ele, era que a distrital honrasse o compromisso.

Segundo Filipe, foram feitas diversas cobranças ao longo do contrato, inclusive registradas em cartório, em julho de 2016. “O contrato encerrou em fevereiro do ano passado. Fizemos a cobrança verbalmente diversas vezes, mas nunca recebemos. Decidimos, então, fazer o pedido formal. O que queremos agora é que o Ministério Público, a polícia, qualquer órgão responsável, rastreie o dinheiro para mostrar quem está com a verdade”, disse. (Assista a entrevista).

 

A falta de pagamento foi denunciada em 6 de fevereiro deste ano. O contrato, segundo os donos da empresa, tinha parcelas de R$ 15 mil e R$ 14 mil por um ano. O valor total era de R$ 174 mil, mas Sandra teria pago apenas R$ 24 mil pelos serviços de hospedagem do site. E teria dado calote de R$ 150 mil.

A partir da denúncia, a ONG Adote um Distrital fez uma representação contra Sandra. Na última quinta-feira (9/3) a distrital apresentou sua defesa à Mesa Diretora, em uma peça de mais de 100 páginas. O advogado de Sandra, Cleber Lopes, afirmou que a deputada tinha em casa R$ 150 mil em espécie. Ela teria pago a empresa com esse valor e sido ressarcida pela Câmara por meio da verba indenizatória.

Para o coordenador da ONG Adote um Distrital, Olavo Santana, as explicações da deputada Sandra Faraj não foram suficientes para comprovar os pagamentos à NetPub. “Precisamos saber o caminho completo do dinheiro. Causou estranheza a deputada ter R$ 150 mil em espécie em casa. Além disso, se ela pagou parte do serviço (R$ 2.655) em boleto, por que pagou o resto em espécie?”, questionou.

Legislação
Pelas regras atuais estabelecidas pela Câmara, não existe nenhum impedimento para que o pagamento seja feito “em cash”. Para evitar novos episódios como o da distrital Sandra Faraj, na segunda-feira (13/3), a Mesa Diretora publicará uma nova resolução que tornará mais rígido o pagamento para os prestadores de serviços,por meio de verba indenizatória.

A partir da próxima semana, os pagamentos deverão ser feitos por transferência bancária ou cheques nominais. Também na segunda-feira, o processo de Sandra será analisado pela Mesa Diretora, da qual ela faz parte como primeira-secretária. Nos bastidores, há um acordo para arquivar a representação contra a distrital. O Ministério Público investiga a denúncia feita pelo sócio da NetPub e deve pedir a quebra do sigilo bancário da parlamentar.

 

Reprodução

 

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