metropoles.com

Donizet volta à CLDF para votações e Kelly Bolsonaro deixa o cargo

Segundo o governador, Ibaneis, o administrador regional do Gama retornará ao posto após as sessões. Atuação da suplente causa polêmicas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Kelly Bolsonaro
1 de 1 Kelly Bolsonaro - Foto: Reprodução

Com menos de um mês no cargo, a passagem da deputada distrital Kelly Bolsonaro (Patriotas) pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) já vai ser interrompida. Empossada em 24 de maio na vaga de Daniel Donizet, que assumiu a Administração Regional do Gama, ela deixará o mandato para o retorno do titular. A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo governador, Ibaneis Rocha (MDB).

O motivo da mudança seriam as votações marcadas para a última semana de trabalhos legislativos antes do recesso, quando a pauta da Casa acumula um grande número de proposições. “Daniel está saindo [da administração regional] porque entendeu que os projetos são importantes e quer participar das sessões. Ele volta em seguida [para a AR]. Tudo tranquilo e combinado com a deputada Kelly Bolsonaro, que entendeu e retornará ao cargo após as votações”, afirmou o emedebista.

A exoneração de Daniel Donizet foi publicada na tarde desta quarta-feira (19/06/2019), em edição extra do Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Veja:

A atuação da representante do Patriotas, no entanto, tem acirrado os ânimos na CLDF. Deputados e servidores reclamam do forte temperamento da distrital e revelam algumas confusões em que ela estaria envolvida. A mais recente ocorreu na manhã desta quarta, durante audiência pública organizada pelo deputado Fábio Felix (PSol).

O intuito da reunião era discutir a possibilidade de dar o nome da ex-vereadora carioca Marielle Franco a uma praça no centro de Brasília. Autodeclarada de extrema-direita, Kelly pediu palavra durante o encontro (veja o vídeo abaixo). Na ocasião, ela disse aos presentes que a cidade tinha assuntos mais importantes para serem debatidos e ligou Marielle ao tráfico de drogas.

Em seguida, a deputada sugeriu que a praça tivesse o nome do garoto Rhuan, mutilado e morto pela mãe e a companheira no DF. Segundo Kelly, o crime teria ocorrido devido à ideologia de gênero, uma vez que as mulheres eram homossexuais. Ao ouvir manifestações a favor da vereadora, Kelly rebateu com uma folha na mão, gritando: “Marielle vive – enchendo o saco”.

 

Confusões

Nos bastidores, a saída da deputada suplente do cargo, mesmo que temporariamente, é vista como um sinal amarelo para o comportamento dela. Outra confusão envolvendo Kelly teria ocorrido na última sexta-feira (14/06/2019), quando ela tentou pendurar na janela do prédio uma faixa pedindo a demissão dos servidores públicos grevistas e de apoio à reforma da Previdência. A distrital teria sido impedida por assessores do próprio gabinete – nomeados em sua maioria por Donizet –, sob alegação de que o ato era ilegal. Ela não teria gostado da interferência e supostamente entrou em conflito com eles.

No mesmo dia, Kelly teria discutido com servidores do Fundo de Assistência à Saúde dos Deputados Distritais e Servidores da CLDF (Fascal) por causa de um panfleto contrário à reforma. Foi necessária a intervenção da Polícia Legislativa para acalmar os ânimos. Segundo os trabalhadores, eles foram desacatados pela deputada. A parlamentar disse também ter se “sentido desacatada como cidadã” devido ao material sindical afixado no balcão.

Colegas da distrital também se ressentem de outros fatos, como comentários contrários a medidas tomadas pela Mesa Diretora, o comportamento em reuniões da base e posições contrárias a projetos de interesse do Palácio do Buriti.

Procurada pela reportagem, Kelly Bolsonaro se limitou a dizer que não havia sido informada pelo governo sobre sua saída e não poderia falar por estar em uma reunião. O deputado Daniel Donizet também não quis comentar o assunto.

Terrorismo

Antes mesmo de concorrer às eleições, Kelly Bolsonaro causava polêmicas. Ela é apontada como organizadora de um ato de extrema-direita em junho de 2016, quando convocou pelas redes sociais um evento que acabou sendo investigado como uma ação de terrorismo contra alunos da Universidade de Brasília (UnB).

O pequeno grupo se concentrou no Instituto Central de Ciências (ICC), onde teria atacado estudantes com discursos de teor homofóbico e racista. Os universitários da instituição ainda foram acusados de serem “vagabundos” e de “gastarem dinheiro público”. Bombas chegaram a ser estouradas no campus. A 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) abriu investigação sobre o caso.

Colaborou Isadora Teixeira

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?