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Documentos com patrimônio declarado por Durval Barbosa na Caixa de Pandora terão o sigilo quebrado

Em audiência da ação de formação de quadrilha, advogados pediram para ter acesso aos bens declarados por Durval na delação premiada. Ministério Público do DF disse que o documento não muda em nada o processo

atualizado

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Marcello Casal Jr/Agência Brasil
1 de 1 - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na segunda audiência da ação penal sobre formação de quadrilha no esquema conhecido como Caixa de Pandora, o juiz da 7ª Vara Criminal de Brasília, Paulo Carmona, acatou a um pedido da defesa dos réus e autorizou a quebra do sigilo de documentos que mostram o patrimônio que Durval Barbosa declarou na delação premiada. Na sessão, ocorrida na tarde desta sexta-feira (19/2), também foi ouvida a última testemunha de acusação no processo.

O pedido para ter acesso aos bens de Druval foi feito pelo advogado Paulo Emílio Catta Preta, que representa o ex-governador José Roberto Arruda e o ex-secretário de Saúde do DF José Geraldo Maciel, réus na ação. A solicitação foi seguida pelos defensores dos outros 17 denunciados e acatada pelo magistrado. “O objetivo é fazer uma análise pontual para saber se pode ter havido alguma ocultação dos bens no processo da delação”, explicou Catta Preta.

Para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o acesso dos documentos aos advogados em nada muda o andamento do processo. “As informações que constam nesse processo que vai ter o sigilo quebrado já foram disponibilizadas para as defesas”, garantiu o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Clayton Germano.

Depoimento
Convocado pelos promotores, a testemunha ouvida na tarde desta sexta (19), Tales Souza Ferreira, trabalhou no imóvel que ficou conhecido como Casa dos Artistas, usado pelo grupo de Arruda no período de transição do governo, em 2006. O imóvel, localizado na QI 5 do Lago Sul, funcionava como ponto de encontro e reuniões de vários réus no processo.

Segundo Ferreira, responsável pelo pagamento das despesas da casa, de outubro a dezembro de 2006, o gasto foi de R$ 1,2 milhão. O dinheiro foi entregue ao longo dos três meses, em espécie, pelas mãos de Durval, segundo a testemunha. Ele disse não saber a origem dos recursos.

Antes de trabalhar no período de transição, Ferreira foi subgerente de administração da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) por 29 anos, onde conheceu Durval Barbosa. O depoimento dele durou menos de uma hora e encerrou a fase de oitiva das testemunhas de acusação. Na quinta (18), Durval Barbosa havia sido ouvido. A próxima audiências desta ação será em abril, quando as testemunhas de defesa dos réus começam a ser ouvidas.

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