Distritais formam blocão para eleição das comissões na CLDF
Com 13 distritais, grupo pode escolher a presidência de todas as comissões permanentes e beneficiar o governador Rodrigo Rollemberg
atualizado
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A eleição para a presidência das 10 comissões permanentes da Câmara Legislativa começou a tomar forma. Nesta quinta-feira (2/2) um grupo com 13 distritais — praticamente o mesmo que apoiou o candidato derrotado Agaciel Maia (PR) nas eleição para a presidência da Casa — formou o bloco União por Brasília. Se o discurso dos parlamentares permanecer coeso até a próxima terça-feira (7), eles terão condições de escolher todas as presidências de colegiados dentro da Casa.
O bloco será liderado pelo governista Professor Israel Batista (PV) e contará ainda com os distritais Rodrigo Delmasso (Podemos); Juarezão e Luzia de Paula (ambos do PSB); Agaciel Maia e Bispo Renato Andrade (ambos do PR); Telma Rufino (Pros); Lira (PHS); Julio Cesar (PRB); e Ricardo Vale, Wasny de Roure e Chico Vigilante (os três do PT).
A 13ª adesão foi da deputada Sandra Faraj (SD). Ela estava no grupo que elegeu Joe Valle (PDT) presidente da Câmara Legislativa. A saída da distrital causa um racha no acordo feito com o grupo liderado pela ex-presidente do Legislativo Celina Leão (PPS), que pretendia ocupar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).“Esse é um bloco focado na estratégia matemática para ocupar os espaços de forma qualificada nas comissões da Casa. Por isso, formamos maioria, em busca de preencher esses espaços”, explicou Professor Israel.
O líder do bloco União por Brasília disse ainda que, por ter maioria dos assentos nas comissões, as pretensões de outros concorrentes — como a deputada Celina Leão, candidata à CCJ — não se viabilizariam mesmo que ela fosse eleita. “Teríamos pelo menos três cadeiras na CCJ e ela não teria maioria. Então, qualquer decisão teria que contar com nosso aval”, afirmou Professor Israel.
Reação
Os deputados que não integram o bloco tentam reverter a criação do União por Brasília. Parte dos parlamentares que apoiaram a eleição de Joe Valle (PDT) se reuniram na sala da vice-presidência em busca de uma solução para a provável derrota.
Rafael Prudente (PMDB) apontou o novo presidente do Legislativo como um dos articuladores para a formação das comissões com o menor prejuízo possível para os blocos. Mesmo sem ter oficializado sua candidatura, ele era apontado como único candidato à presidência da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof). Com a formação do blocão, Agaciel Maia (PR) se tornou favorito à reeleição.
“É muito ruim para a Casa essa divisão que vem desde a eleição da Mesa Diretora. Se toda vez ficar nesse 12 a 12 ou 13 a 11, a Câmara corre o risco de viver um racha. Até a terça-feira (7), tem um final de semana todo. Cabe ao presidente conseguir conversar com os parlamentares e acomodar todos os deputados da melhor forma possível”, declarou Rafael Prudente.
O vice-presidente da Câmara Wellington Luiz (PMDB) é outro a defender que as conversas sejam intensificadas. Para o peemedebista, a Casa precisa acomodar todos os grupos. “Não é o ideal que haja vencedores e perdedores nesse processo. Um grupo se sobrepor ao outro causa desconforto. Por isso, teremos o final de semana todo para discutir esse assunto.
Comissões
Ao todo, a Casa possui 10 comissões permanentes. As de maior influência dentro do processo legislativo, como a própria CCJ e a Ceof, têm grande interesse do Palácio do Buriti.
O novo bloco pretende eleger Reginaldo Veras (PDT) para a CCJ. O pedetista não faz parte do grupo, mas é um desejo pessoal de Rollemberg contra Celina. “Vamos votar no Reginaldo por se tratar de uma pessoa capacitada e sensata para o cargo”, resumiu o líder.
Reunião
Rollemberg, aliás, acompanha de perto a movimentação. Na manhã desta quinta (2), 13 deputados se reuniram com o governador na casa da mãe de Rollemberg, na Asa Sul. Participaram os distritais dos partidos PR, PT, Podemos, PSB, PRB, SD, Pros e PHS.
No encontro, o socialista pediu apoio à base para ajudar na composição das comissões. Quem participou do encontro disse que a conversa foi em tom duro, dando a entender que o Executivo cortaria cargos dos distritais que votassem de forma contrária aos interesses do Buriti.
Veja como deve ficar a composição das comissões caso o bloco União por Brasília mantenha a maioria:
Constituição e Justiça (CCJ) – Reginaldo Veras (PDT)
Economia, Orçamento e Finanças (Ceof) – Agaciel Maia (PR)
Educação, Cultura e Saúde (Cesc) – Wasny de Roure (PT)
Assuntos Fundiários (CAF) – Telma Rufino (Pros)
Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo (CDESCTMAT) – Bispo Renato Andrade (PR)
Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar (CDDHCEDP) – Ricardo Vale (PT)
Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC) – Rodrigo Delmasso (Podemos)
Direito do Consumidor (CDC) – Chico Vigilante (PT)
Assuntos Sociais (CAS) – Luzia de Paula (PSB)
Segurança – Lira (PHS)
Colaborou Kelly Almeida