Distritais fazem aliança contra Rollemberg para eleição na Câmara

A eleição de Agaciel Maia (PR) para comandar a Câmara Legislativa, dada como certa pelo Palácio do Buriti, parece ruir com a aproximação da escolha da Mesa Diretora, marcada para o próximo dia 15. Um grupo de parlamentares descontentes com a preferência do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) trabalha uma candidatura de oposição. A disputa, vista como a largada da campanha eleitoral de 2018, tem entre seus articuladores Tadeu Filippelli, presidente do PMDB-DF e assessor especial do presidente Michel Temer.

O grupo ainda não bateu o martelo em relação ao nome. Isso deve ocorrer nos próximos dias. Pode ser Joe Valle (PDT) ou Wellington Luiz (PMDB). Sandra Faraj (SD) corre por fora. Também participam da negociação Celina Leão e Raimundo Ribeiro (ambos do PPS), além do distrital Cristiano Araújo (PSD). Os três são alvos da investigação da Operação Drácon, inimigos declarados de Rollemberg e podem ser afastados de seus mandatos pela Justiça a qualquer momento.

A opção ao nome de Agaciel tem atraído até distritais que integram a base de apoio do governo socialista, entre eles Reginaldo Veras (PDT), Cláudio Abrantes (Rede) e Professor Israel Batista (PV), além do próprio Joe Valle, que lançou oficialmente sua intenção de disputar o comando da Casa na semana passada.

Foi Valle quem organizou uma reunião na noite desta terça-feira (6/12), no Clube Cota Mil, e convidou Filippelli. O ex-vice-governador do DF entra para “ajudar a jogar”, como contou ao Metrópoles um distrital. Isso ocorreu em outros momentos de definição na presidência da Câmara Legislativa. Mas tem um motivo especial agora, uma vez que o peemedebista tem planos para ser o próximo a comandar o Executivo local.

“Houve uma reunião, com 11 deputados, para tratar da eleição da Câmara. A princípio foi uma primeira conversa e nós devemos nos reunir novamente até sexta-feira”, confirmou Reginaldo Veras. Segundo ele, nem Joe nem Wellington abriram mão de suas candidaturas, o que gerou um impasse.

Reação do Buriti
Saboreando um bufê de frios, os distritais fizeram as contas e chegaram à conclusão de quem têm pelo menos 10 dos 24 votos. O grupo, porém, aguarda a reação do Buriti, principalmente em relação à sua base de apoio, que está rachada. A ideia é verificar, nas próximas 24 horas, a força que tem essa aliança contra Agaciel, já que Rollemberg deve tentar enquadrar seus aliados.

De acordo com os dissidentes, Agaciel Maia teria apenas dois votos certos até agora, além do dele: Luzia de Paula e Juarezão, ambos do PSB.

O PT também esteve representado na reunião por Ricardo Vale. A legenda manifestou interesse na vice-presidência da Câmara e pode ser um aliado importante e decisivo tanto de um lado quanto de outro, uma vez que conta com três votos.

Wellington Luiz, que preside a CPI da Saúde, preferiu manter o suspense ao comentar o encontro. Disse apenas que foi uma “primeira conversa”, mas que nada “é definitivo ainda”.