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Desistência de Frejat força aliados e oponentes a reinventar alianças

Políticos de Brasília passaram a terça (24/7) em cafés, reuniões e discussões acaloradas. A busca é por nomes competitivos para as eleições

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Bessa estava otimista quanto à candidatura de Frejat
1 de 1 Bessa estava otimista quanto à candidatura de Frejat - Foto: Vinícius Santa Rosa / Metrópoles

O tabuleiro político do Distrito Federal sofreu uma reviravolta com a confirmação da desistência de Jofran Frejat (PR) da disputa eleitoral de outubro. Enquanto o grupo que orbitava o médico tenta um nome para substituir o ex-pré-candidato a governador da chapa até então composta por PR, DEM, PP, MDB, Avante e PHS, os oponentes trabalham para composições mais robustas. A intenção é cooptar quem estava com Frejat para as outras frentes.

A chapa de Eliana Pedrosa (Pros) e Alírio Neto (PTB), lançada oficialmente no último sábado (21/7), namora o PHS e o PMB. Os candidatos passaram o dia em reuniões e apontam uma possível composição com Alberto Fraga (DEM). Ainda sem postulante para o Senado na formação majoritária, Eliana e Alírio veem no hoje deputado um senador em potencial.

Fraga, por sua vez, é cotado pela coalizão de Frejat para ser o cabeça de chapa. O parlamentar espera uma decisão conjunta, mas não tem se fechado a conversas.

De outro lado, a terceira via trabalhava para lançar o deputado federal Rogério Rosso (PSD) ao Palácio do Buriti no lugar de Izalci Lucas (PSDB), que poderia figurar como vice. A coalizão também manteve reunião durante todo o dia e adentrou a noite, na casa de Rosso. Os encontros da terceira via têm durado entre 10h e 12h.

Passava das 23h quando o encontro desta terça (24) terminou. Segundo o deputado Izalci e o coordenador da terceira via, senador Cristovam Buarque (PPS), e presidente das legendas aliadas, Rosso não será mais o candidato do grupo ao Buriti. A terceira via decidiu voltar à formação original, com Izalci como cabeça de chapa e Rosso e Cristovam postulantes ao Senado. O cargo de vice deve ficar com o PRB. Mas, segundo o próprio Rogério Rosso, os debates prosseguem nesta quarta (25).

Seis postulantes definidos
Na movimentação rumo ao Palácio do Buriti se mantiveram firmes a chapa de Eliana e Alírio, de Alexandre Guerra (Novo), da professora Fátima Sousa (PSol), do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e do general Paulo Chagas (PRP).

No PDT, Peniel Pacheco se mantém como postulante a governador. No entanto, conversas com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, podem trazer novos rumos para o cenário pedetista. O partido flerta com o Pros de Eliana Pedrosa.

Já o PSB namora o PDT. Resta saber qual relação vai vingar. Até 5 de agosto, as convenções partidárias devem revelar as possibilidades de relacionamento. Em 15 de agosto, todas as chapas precisam estar homologadas na Justiça Eleitoral.

Lamentações
Logo após a desistência de Frejat, amigos e integrantes do grupo político lamentaram a saída do médico da disputa pelo Buriti. O deputado Federal Laerte Bessa (PR-DF) se pronunciou sobre a desistência do correligionário no início da tarde desta terça (24). Bessa afirmou que a decisão de Frejat foi pessoal, apoiada pela família, e que o partido fez de tudo para Frejat oficializar a candidatura. 

“Muito triste ver uma pessoa tão comprometida com a capital, que dedicou anos de sua vida ao povo, transformando a realidade daqueles que mais precisam, sair de cena. Seguiremos firmes no propósito de resgatar a dignidade do Distrito Federal”, diz a nota enviada por Bessa.

A decisão de Frejat encerra longo período de indefinições e reviravoltas desde que o médico comunicou, pela primeira vez, estar abandonando a corrida eleitoral. “Não vou vender a minha alma ao diabo”, alegou à época.

Decisão será respeitada
O anúncio definitivo foi feito logo após reunião de Frejat com o presidente nacional do Partido da República (PR), Valdemar Costa Neto, nesta terça-feira (24). Na última quinta (19), o presidente nacional da sigla concedera carta branca para o ex-secretário de Saúde conduzir sua pré-candidatura, com autonomia para resistir às pressões e não ter de “vender” a alma ou exorcizar demônios. Mesmo assim, o médico não bateu o martelo. Pediu prazo para conversar com aliados e nesta terça abandonou o jogo.

Em nota, o PR-DF diz respeitar a decisão de Frejat e afirmou que o médico tem uma história de serviços prestados ao Distrito Federal. “A Executiva do Partido da República no DF, já autorizada pela direção nacional, manterá o necessário diálogo com os partidos aliados e com as forças políticas de oposição ao atual governo, para buscar a melhor composição política com vistas a atender os interesses da população do Distrito Federal”, diz o texto assinado pelo presidente do PR-DF, Salvador Bispo.

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