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Deputados denunciados pelo MPDFT foram os alvos dos grampos na Câmara

O Metrópoles teve acesso ao pedido de instalação de escuta ambiental e os locais onde foi colocada. Informação é mantida sob sigilo

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Os cinco deputados distritais denunciados pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na Operação Drácon foram também os alvos das escutas ambientais instaladas pelo órgão na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). De acordo com documento sigiloso ao qual o Metrópoles teve acesso, foram grampeados os gabinetes da presidência da CLDF, então ocupada por Celina Leão (PPS), e dos deputados Bispo Renato (PR), Julio Cesar (PRB), Raimundo Ribeiro (PPS) e Cristiano Araújo (PSD).

O pedido para a instalação da escuta foi feito pela vice-procuradora-geral do DF, Selma Sauerbronn, no dia 20 de agosto e foi autorizado pelo desembargador Humberto Adjuto Ulhôa. A instalação ocorreu durante a primeira fase da operação, deflagrada no dia 23. Já o pedido de retirada das escutas foi feito no dia 31 do mesmo mês e a remoção ocorreu na segunda fase, ocorrida no dia 2 de setembro.

Apesar de o desembargador José Divino ter decretado o fim do sigilo nos autos da Drácon relativos à denúncia dos cinco deputados, o material colhido permanece em sigilo. Segundo fontes do MPDFT, o material ainda está sendo analisado. Nenhum áudio captado nesse período consta na petição de denúncia contra os deputados.

Na última segunda-feira, o MPDFT ofereceu denúncia no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), na qual acusa os cinco deputados por corrupção passiva. Eles foram acusados duas vezes pelo crime. Se condenados, podem pegar 24 anos de prisão.

De acordo com o MP, os parlamentares teriam tentado, primeiramente, fazer um acordo com o presidente da Associação Brasiliense de Construtoras (Abrasco), Afonso Assad, para repassar dinheiro de emenda em troca de propina. O empresário teria se negado a fazer parte do esquema.

Na sequência, o grupo teria procurado donos de empresas que prestam serviço de UTI em hospitais da capital e oferecido R$ 30 milhões de sobras orçamentárias da CLDF. Como contrapartida, receberiam 10% do valor, ou seja, R$ 3 milhões. O negócio teria sido fechado, como mostram os pagamentos a essas empresas. Desde a denúncia, os deputados têm negado as irregularidades apontadas pelos investigadores do MPDFT.

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