Deputados assinam arquivamento de processos contra eles mesmos na CLDF
Membros da Mesa Diretora, Wellington Luiz e Robério Negreiros assinaram ata para a extinção de pedidos de quebra de decoro
atualizado
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A Mesa Diretora da Câmara Legislativa arquivou processos de quebra de decoro contra dois deputados distritais. O parecer partiu da Procuradoria-Geral da Casa (PGCL), mas o curioso é que os próprios envolvidos assinaram a ata que impediu o prosseguimento das ações. Wellington Luiz (MDB) e Robério Negreiros (PSD) são vice-presidente e segundo-secretário da Casa, respectivamente, e teriam participado da decisão que os afeta diretamente.
A denúncia contra Robério envolve episódio em que a Coordenação de Polícia Legislativa (Copol) lacrou a sala do vice-presidente do sindicato dos servidores da CLDF, sob ordem do distrital, após a divulgação de material com críticas a ele nas eleições deste ano. No entanto, a representação não teria sido devidamente fundamentada, de acordo com o parecer da Procuradoria.
Segundo Robério, houve um erro na publicação da ata. Ele garante não ter participado da votação do processo. “É uma acusação infundada. Eu me abstive na hora, assim como o Wellington no caso dele. Por isso, vou pedir para a presidência fazer a correção da ata na segunda-feira [26], pois nela deveria constar isso”, defende-se.
Wellington, por sua vez, foi alvo de representação por ter batido boca com um segurança do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF). No episódio, o deputado — que é policial civil — teria colocado a mão na arma que carrega na cintura ao se desentender com os seguranças quando tentava fazer uma inspeção na unidade de saúde. De acordo com o parecer da PGCL, os elementos apontados pela representação também não aparecem nas provas apresentadas.
O emedebista diz que “se assinou” o fez sem perceber, mas não vê problema no episódio. “Poderia ter evitado. Como a gente deliberou em um ato da Mesa, eu e o Robério não deveríamos ter assinado, mas não há ilegalidade porque quem decide é o grupo”, argumentou Wellington.