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Delator da JBS afirma que doação de R$ 200 mil ao PT-DF foi propina

Em depoimento no dia 5 de maio, o executivo da JBS Ricardo Saud confirmou que o valor foi “propina” em forma de “doação oficial”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud não hesitou ao falar aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato que o dinheiro registrado pelo PT-DF como doação, em 17 de outubro de 2014, “foi propina”. Segundo Saud, os valores foram “dissimulados de doação oficial”.

A declaração foi dada durante depoimento de Saud no dia 5 de maio, na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR). Aos promotores Fernando Antônio Oliveira e Sérgio Bruno Fernandes, o delator descreveu o esquema de propina pago ao PT durante as eleições de 2014. Primeiro, foi detalhada a distribuição para os candidatos a cargos majoritários.

Em seguida, os integrantes do Ministério Público questionaram a destinação de R$ 7,5 milhões aos diretórios regionais do partido, conforme planilhas apresentadas pelos delatores. Deste dinheiro, R$ 200 mil foram repassados ao PT-DF, conforme o Metrópoles expôs na sexta-feira (19/5).

Assim que os procuradores terminam de detalhar a distribuição, Saud pede para falar, e diz que, apesar de os valores terem sido declarados na prestação de contas dos partidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o dinheiro tinha como objetivo cooptar os partidos. “Esses que o senhor acabou de mencionar, todos são propina dissimulada de doação oficial.”

Ainda segundo o delator, todo o dinheiro repassado ao PT nas eleições de 2014 foi por “favores que a sigla fez ao grupo, que se transformaram em propina”.

O trecho em que os promotores descrevem a distribuição do dinheiro nos diretórios regionais começa aos 10 minutos e  20 segundos. Assista:

 

Outro lado
A atual presidente do PT-DF, Erika Kokay, que está no cargo há cerca de 15 dias, informou não conhecer o processo de prestação de contas do partido. “Não acompanhei o processo de doação de recursos para a campanha do PT em 2014. O que me consta é que as doações foram feitas dentro da legalidade. Parto do pressuposto que todas foram legais e contabilizadas”, disse a deputada federal.

À frente do PT-DF em 2014, Roberto Policarpo foi procurado pelo Metrópoles, mas não havia se pronunciado até esta publicação. O distrital Chico Vigilante (PT) disse que a pessoa mais adequada para falar sobre isso seria a direção do partido. Os outros dois distritais que compõem a bancada do partido na Câmara Legislativa — Wasny de Roure e Ricardo Vale — não retornaram o contato da reportagem.

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