1 de 1 goveno-justica
- Foto: Kacio Pacheco/Metrópoles
Os recentes anúncios feitos pelo governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) para o primeiro escalão do Governo do Distrito Federal (GDF), a partir de 1º de janeiro de 2019, mostram que mais da metade do futuro secretariado tem origem na carreira jurídica – área de formação do emedebista. Dos 20 nomes confirmados até agora, pelo menos 16 terminaram o curso de direito.
Ibaneis foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF) e tem fortes ligações com a classe. Outra característica do grupo formado por ele é a relação com o governo federal, uma vez que pelo menos três nomes confirmados deixarão a Esplanada dos Ministérios para ocupar postos no Palácio do Buriti.
O advogado busca nomear secretários com experiência nas áreas de atuação das pastas que irão comandar e que tragam no passaporte o carimbo da força de indicações políticas. Com um grande número de partidos e entidades civis para contemplar – 22 legendas o apoiaram na eleição –, o próximo governador demonstra estar disposto a atender os pedidos de aliados, contanto que os indicados tenham o perfil técnico necessário.
José Sarney Filho (PV), que ocupará a Secretaria do Meio Ambiente, é deputado federal e foi ministro da área nos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB). O próximo chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, é secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ligado ao ministro Blairo Maggi (PP), ex-governador do Mato Grosso. Da mesma forma, Gustavo Rocha, que ocupará a pasta da Justiça, é ministro dos Direitos Humanos e subchefe da Casa Civil da Presidência da República.
Mesmo sem ocupar formalmente cargos na Esplanada, o futuro presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB), Wandermilson Garcêz Azevedo, foi secretário extraordinário da Representação do Governo do Amapá em Brasília. Ele é filho de Wanderley Ferreira de Azevedo, um dos principais assessores do ex-presidente José Sarney (MDB).
Experiência
Embora tenha um perfil técnico, o novo secretário da Fazenda, André Clemente, carrega na bagagem experiências políticas. Formado em direito pela Universidade Católica de Brasília, já integrou governos de José Roberto Arruda (PR), Paulo Octávio (PP) e Rogério Rosso (PSD). Ele trabalhou também com o deputado federal e senador eleito Izalci Lucas (PSDB).
Escolhido para comandar a Segurança, o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres ocupava o cargo de chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), aliado do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Anderson foi papiloscopista da Polícia Civil do DF e diretor parlamentar da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).
A presidente regional do MDB Mulher, Éricka Filippelli, chefiará a Secretaria da Mulher. Com formação em publicidade, ela chega ao novo governo com as bênçãos do sogro, Tadeu Filippelli (MDB) – presidente regional da legenda de Ibaneis. Nas últimas eleições, Éricka concorreu a uma vaga de distrital, mas acabou não sendo eleita, com 4.285 votos.
23 imagens
1 de 23
Diretor-presidente da CEB Distribuidora: Wander Azevedo. Tem fortes laços com a família Sarney. É servidor público, foi administrador do Lago Sul na gestão de Agnelo Queiroz (PT). Graduado em direito, foi secretário extraordinário da Representação do Governo do Estado do Amapá em Brasília, além de ter ocupado uma diretoria da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan)
Reprodução/Facebook
2 de 23
Diretor-geral do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF): Fabrício Moura. Concursado do Detran-DF, tem 34 anos, é formado em direito e entra com a missão de mudar o sistema hoje vigente
Ana Luiza Vinhote/Metrópoles
3 de 23
Anderson Torres
OAB/Reprodução
4 de 23
Secretário de Habitação: Mateus Leandro. Advogado, mestre em direito urbanístico pela PUC-SP, atuou em vários escritórios de advocacia e foi assessor jurídico da Prefeitura de São Paulo (2004). Em Brasília, trabalhou como conselheiro de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), nos triênios 2014–2016 e 2018–2020
Caio Barbieri/Metrópoles
5 de 23
André Clemente
Daniel Ferreira/Metrópoles
6 de 23
Comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF): coronel Sheyla Soares Sampaio. Integra os quadros da corporação há 27 anos. É formada em educação física e tem MBA em planejamento, orçamento e gestão pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi a primeira colocada no curso de formação de oficiais de 1994. De 2013 a 2016, chefiou o 1º Batalhão da PMDF. Depois, foi subeditora de Recrutamento e Seleção da corporação e diretora da Diretoria de Promoções, Avaliação e Desempenho. Atualmente, chefia o Comando do Policiamento Regional Sul II
Daniel Ferreira/Metrópoles
7 de 23
Presidente da Terracap: Júlio César Reis. Escolhido para permanecer no cargo, ele é funcionário de carreira do órgão. O nome foi defendido por entidades que representam a construção civil, como Sinduscon, Ademi, Asbraco e Anoreg
Daniel Ferreira/Metrópoles
8 de 23
Secretário de Obras: Izidio Santos Júnior. Ex-vice-presidente administrativo e financeiro do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), o engenheiro acumulou experiência com trabalhos na Construtora Santa Tereza e na Emplavi. É fundador e presidente da Barsan
Reprodução/Vídeo
9 de 23
Secretária da Mulher: Éricka Filippelli. Com formação em publicidade, é a atual presidente do MDB Mulher do Distrito Federal e tesoureira do MDB Mulher nacional. Nora do ex-vice-governador Tadeu Filippelli (MDB), concorreu a uma vaga de distrital nas últimas eleições. Teve 4.285 votos e não foi eleita
Reprodução/Youtube
10 de 23
Controlador-geral do GDF: Aldemario Araújo Castro. Procurador da Fazenda nacional, formado em direito, foi corregedor-geral da Advocacia-Geral da União (AGU), professor da Universidade Católica de Brasília e coordenador-geral da Dívida Ativa da União
Reprodução / Youtube
11 de 23
O diretor-geral da PCDF, Robson Cândido, está definindo as mudanças
Daniel Ferreira/Metrópoles
12 de 23
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI): Laerte Bessa. Deputado federal e delegado aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal, foi diretor-geral da instituição por oito anos. Agora, vai assumir um órgão que, em outras unidades da Federação, costuma ter status de secretaria. O político, filiado ao PR, está no segundo mandato na Câmara dos Deputados. Nas eleições de 2018, tentou se reeleger, recebeu 28.526 votos e terminou como suplente
Ascom Laerte Bessa
13 de 23
Secretário de Educação: Rafael Parente. Foi subsecretário de Educação na Prefeitura do Rio de Janeiro na gestão de Eduardo Paes (DEM) e é filho de Pedro Parente, ex-ministro-chefe da Casa Civil. Atua como CEO da Aondê/Conecturma e é sócio efetivo do Movimento Todos pela Educação, além de cofundador do Movimento Agora!. Tem doutorado em educação pela Universidade de Nova York
Pedro Valente/Metrópoles
14 de 23
Secretário da Casa Civil: Eumar Novacki. É secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desde 24 de maio de 2016. Bacharel em direito com pós-graduação em aperfeiçoamento em direito público, Novacki é coronel da Polícia Militar de Mato Grosso. No estado, foi secretário-chefe da Casa Civil, responsável pela coordenação técnica e política na gestão de Blairo Maggi, secretário de Comunicação e chefe de gabinete do governador
Noaldo Santos/Mapa
15 de 23
Comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar: coronel Carlos Emilson Ferreira dos Santos. Bacharel em direito, foi escolhido por Ibaneis após a Associação dos Oficiais do Corpo de Bombeiros ter apresentado uma lista tríplice ao emedebista
Divulgação
16 de 23
Secretário de Comunicação: Weligton Moraes. Coordenou a pasta nos governos de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda (PR)
Filipe Menezes/Metrópoles
17 de 23
Secretário de Justiça: Gustavo Rocha. Advogado, ocupa os cargos de ministro dos Direitos Humanos e subchefe da Casa Civil da Presidência da República. Está no governo federal desde 13 de maio de 2016
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
18 de 23
Secretário de Meio Ambiente: Sarney Filho. Mestre em direito, o deputado federal foi candidato ao Senado pelo Maranhão nas últimas eleições, mas ficou em terceiro lugar na disputa. O político foi ministro do Meio Ambiente nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB)
Antônio Cruz/Agência Brasil
19 de 23
Procuradora-geral do DF: Ludmila Lavocat Galvão Vieira de Carvalho. É subprocuradora-geral do DF e advoga em causas nos tribunais superiores
JD1NOTÍCIAS.COM
20 de 23
Presidente do BRB: Paulo Henrique Rodrigues Costa. É vice-presidente de Clientes, Negócios e Transformação Digital da Caixa Econômica Federal. É formado em administração de empresas pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em inovação corporativa pela Stanford University. Possui dois mestrados, um deles em administração de empresas pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra
Igo Estrela/Metrópoles
21 de 23
Secretário de Agricultura: Dilson Resende. Ocupou o cargo de secretário-adjunto e de subsecretário de Regularização Fundiária em 2008, na gestão de Daniel Marques, no governo de José Roberto Arruda (PR). Ele faz parte da equipe de transição de Ibaneis
Divulgação / Transição
22 de 23
Presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb): Fernando Leite. O engenheiro já ocupou o cargo nas gestões Joaquim Roriz, Maria de Lourdes Abadia (PSB) e José Roberto Arruda (PR). No período eleitoral, o consultor foi um dos coordenadores da campanha do emedebista e tido como um dos viabilizadores da candidatura de Ibaneis ao governo local. Leite foi um dos homens fortes nas gestões de Roriz e de Abadia
Hugo Barreto/Metrópoles
23 de 23
Presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram):
Edson Duarte. Atual ministro do Meio Ambiente do governo de Michel Temer
Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
Equipe a definir
Embora já tenha definido 20 nomes do primeiro escalão, Ibaneis ainda tem muitos cargos de chefia a preencher. Na atual estrutura, há 21 secretarias, cinco órgãos especializados e 31 regiões administrativas (RAs). A quantidade de pastas pode crescer, uma vez que o emedebista manifestou desejo de criar novos órgãos, embora com quadros de funcionários mais enxutos. Além disso, é prerrogativa do chefe do Executivo local a nomeação do comando das 27 instituições da administração indireta, entre fundações, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram.