Cristiano Araújo e Julio Cesar pedem afastamento da CPI da Saúde
Os deputados distritais estão no olho do furacão que atingiu em cheio o Legislativo local, após a divulgação dos grampos feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) sobre um suposto esquema de cobrança de propina por parlamentares da Casa para destinação de emendas
atualizado
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Os deputados distritais Cristiano Araújo (PSD) e Julio Cesar (PRB) pediram nesta segunda-feira (29/8) afastamento temporário da CPI da Saúde, na Câmara Legislativa. Em nota, os parlamentares explicaram que a decisão foi tomada para que os trabalhos da comissão continuem até os esclarecimentos dos fatos que os envolvem.
Os dois distritais estão no olho do furacão que atingiu em cheio o Legislativo local, após a divulgação dos grampos feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) sobre um suposto esquema de cobrança de propina por parlamentares da Casa para destinação de emendas.
Cristiano Araújo ocupava a vice-presidência. Julio Cesar integrava a comissão. Na semana passada, o Bispo Renato (PR) já havia tomado decisão semelhante.
Na última terça (23/8), os três parlamentares depuseram na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap), após operação de busca e apreensão na Câmara Legislativa e nos gabinetes e residências de parlamentares, servidores e ex-servidores da Casa.
Criada para investigar irregularidades na área de saúde, a CPI também vai apurar os grampos feitos por Liliane Roriz.
Entenda o caso
Na ocasião, Liliane teria questionado a presidente da Câmara sobre a mudança na votação. No áudio, é possível ouvir a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS) falando que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. A presidente da Casa disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você (Liliane) tá no projeto, entendeu? Você tá no projeto. Já mandei o Valério (ex-secretário-geral) falar com você.”
Outros parlamentares
As denúncias feitas por Liliane atingem outros distritais, como o Bispo Renato Andrade (PR) e Júlio César (PRB), líder do governo na Casa. Segundo é possível ouvir nas gravações, os dois teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores. De acordo com o que Valério Neves diz em um dos áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”. “O Afonso disse que não poderia garantir nada”, diz Valério Neves em um dos trechos.
Com a negativa do empresário de participar do tal “compromisso”, segundo explica Valério nos áudios, o deputado Cristiano Araújo teria conseguido o “negócio” das UTIs. Ao dizer o quanto os “hospitais iam retornar”, Valério sussurra que seria “em torno de 7%”. E diz ainda que todos os integrantes da Mesa Diretora tinham conhecimento do acordo. Celina, por sua vez, diz que se fosse para eles receberem algum tipo de ajuda, teria de ser para todos. Integram a Mesa Diretora Celina, Raimundo Ribeiro (PPS), Júlio César e Bispo Renato.