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Crise dos grampos. Rollemberg convoca base para reunião neste domingo

Governador chama distritais e Humberto Fonseca para discutir as gravações feitas por Marli Rodrigues. Com o vice-governador, a sindicalista falou sobre cobrança de propina no GDF. Com ex-secretário da Saúde, a conversa foi sobre um “meio podre” que atua na pasta. MPDFT, CGDF, Polícia Civil e CPI da Saúde vão apurar as denúncias

atualizado

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Dênio Simões/Agência Brasília
Governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, secretário de Saúde, Humberto Fonseca.
1 de 1 Governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, secretário de Saúde, Humberto Fonseca. - Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

As denúncias de possíveis irregularidades e pagamento de propina em contratos da Secretaria de Saúde e de que há um “meio podre” desviando recursos da pasta desencadearam uma série de movimentações no GDF, na Câmara Legislativa e nos órgãos de investigação e fiscalização do Distrito Federal. O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a Controladoria-Geral do DF e a Polícia Civil vão apurar os supostos esquemas de corrupção. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) convocou uma reunião de emergência na manhã deste domingo (17/7), e a CLDF marcou uma sessão extraordinária da CPI da Saúde para a segunda-feira (18).

A pivô da nova crise do GDF é a sindicalista Marli Rodrigues, do SindSaúde. Ela gravou uma série de diálogos com figuras que integram ou que passaram pelo primeiro escalão distrital e conhecem bem a dinâmica da gestão Rollemberg. Entre eles, o vice-governador Renato Santana (PSD), o ex-secretário da Saúde Fábio Gondim e o ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura Marcos Júnior.

Rollemberg chamou, às pressas, os distritais da base que estão em Brasília durante o recesso parlamentar e o atual secretário da Saúde, Humberto Fonseca. Por volta das 11h, os deputados Juarezão (PSB) e Rodrigo Delmasso (PTN), além de Fonseca, chegaram à Residência Oficial de Águas Claras. Às 11h35, foi a vez de Telma Rufino (sem partido) e, pouco depois, Sandra Faraj (SD). Também participaram do encontro Roosevelt Vilela (PSB), Chico Leite (Rede) e Julio César (PRB). No encontro, Rollemberg anunciou aos distritais que a Controladoria e a PCDF vão investigar o caso.

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Distrital Rodrigo Delmasso chega para reunião
A deputada Sandra Faraj (SD) também participa da reunião
No complexo há dois helipontos
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Às margens da EPTG, a Residência Oficial de Águas Claras ocupa uma área de 60 hectares

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Distrital Rodrigo Delmasso chega para reunião

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A deputada Sandra Faraj (SD) também participa da reunião

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Os grampos
Em conversa com o vice-governador, Marli e Renato Santana revelam ter conhecimento sobre um suposto esquema de pagamento de propina que envolve contratos da Secretaria de Saúde. O percentual da corrupção a que a dupla se refere é assustador: giraria entre 10% a 30%.

Outra gravação revelada pelo Metrópoles, também feita por Marli, ocorreu em um almoço com o ex-secretário da Saúde Fábio Gondim e o ex-subsecretário de Logística e Infraestrutura Marcos Júnior. Eles se referem a um “meio podre” infiltrado na Secretaria de Saúde, com pessoas indicadas por Rollemberg, que seriam diretamente responsáveis por problemas como a falta de medicamentos nas unidades hospitalares do DF e compras acima dos valores necessários para os estoques.

“Você pode trocar de secretário (da Saúde) 10 vezes por mês. Não vai adiantar. Se você não trocar aquele meio podre ali, não adianta. O secretário vai ser uma rainha da Inglaterra”, afirma Marli, em um dos trechos da escuta. “Isso está claro. Aquele meio podre, pelo menos hoje, está lá porque o governador pôs”, confirma Gondim.

As denúncias atingem um amigo pessoal de Rodrigo Rollemberg: Marcello Nóbrega, ex-subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde, hoje subsecretário de Logística e Infraestrutura da pasta. Outro citado por Marli e Gondim é Ricardo Cardoso, ex-diretor executivo do Fundo de Saúde do Distrito Federal, que destina os recursos para a compra de insumos e o pagamento de fornecedores. Cardoso foi exonerado em 21 de junho.

Notificações e intervenção federal
O promotor Jairo Bisol, titular da Promotoria de Defesa da Saúde do MPDFT, afirmou, ao Metrópoles, que as acusações serão apuradas. Bisol, no entanto, afirma que é preciso cautela. “As histórias citadas nas gravações (com Renato Santana) já eram acompanhadas pelo Ministério Público. Precisamos agora saber onde estão as provas. São acusações que precisam ser apuradas. Por si só, elas não comprovam as denúncias, mas abrem possibilidade de o MP notificar as pessoas. São elementos a mais para a investigação”, explica Bisol.

Presidente da CPI da Saúde na Câmara Legislativa, o deputado Wellington Luiz (PMDB) avalia as denúncias como “gravíssimas” e defende uma intervenção do governo federal na Saúde do DF.

Não adianta o GDF deixar a Controladoria do DF, que é indicada pelo governo, fazer a investigação. Se o governo não deve nada, tem que pedir uma investigação isenta. Pelas denúncias divulgadas, o vice-governador alertou o governador e nada foi feito. É preciso saber se ele (Rollemberg) foi negligente, se prevaricou, o que aconteceu. Agora é o momento de mostrar isso

Wellington Luiz (PMDB), deputado distrital

O distrital afirma que algumas medidas da comissão devem ser antecipadas diante das denúncias. “Agora não existe base ou oposição. O Legislativo tem que assumir o papel de fiscalizador e apurar essas denúncias gravíssimas, que vão ao encontro do caos da saúde pública, resultado de desvios de recursos, de má gestão e de incompetência do governo”, explicou.

O deputado Raimundo Ribeiro (PPS) também defende que os trabalhos da CPI da Saúde sejam retomados imediatamente. “São denúncias graves e precisam ser tratadas o quanto antes. No áudio, o vice-governador admite que falou sobre as denúncias ao governador, que não tomou nenhuma providência concreta. Isso joga a responsabilidade no Buriti.”

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