CPI da Saúde e Roriz no banco dos réus. Agenda cheia na política do DF
Na manhã desta segunda (15/8), está prevista acareação entre o vice-governador do DF, Renato Santana (PSD), e a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, na Câmara Legislativa. Na quarta-feira (17), o julgamento contra o clã Roriz deve ser retomado no TJDFT
atualizado
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Passados os 10 jogos de futebol em Brasília, chega ao fim a sequência olímpica na capital do país. Sem as festividades, a semana será agitada na política local, com acareação entre os personagens que deflagraram a crise mais recente do GDF — o vice-governador Renato Santana (PSD) e a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues. Flagrados em grampos nos quais denunciam um esquema de corrupção no governo local, os dois estarão frente a frente em sessão da CPI da Saúde, na Câmara Legislativa, na manhã desta segunda-feira (15/8). Outro assunto quente é a retomada do julgamento que pode decretar o fim da carreira política do clã Roriz, marcado para quarta-feira (17), no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT).
Na Câmara Legislativa, os deputados querem esclarecimentos sobre a crise dos grampos, que levantou a suspeita de pagamento de propina em contratos do GDF. Segundo integrantes da CPI da Saúde, a assessoria de imprensa de Santana já confirmou a participação dele na comissão. Marli não entrou em contato com os deputados, mas não cancelou a ida, o que indica, na visão dos distritais, a presença dela. Ao contrário da maioria das reuniões da CPI, desta vez, o encontro não será na sala das comissões, mas no plenário da Casa, a partir das 10h.A tendência é de que os dois falem juntos, esclareçam as denúncias e comentem contradições em depoimentos prestados separadamente à comissão. Santana, por exemplo, disse que só havia se encontrado com Marli uma vez. Mas a sindicalista apresentou outro grampo, de um segundo encontro com o vice-governador.
As conversas foram divulgadas no momento em que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) discute a transição do atual sistema de gestão da saúde para o modelo das organizações sociais. Em um dos áudios, Renato Santana faz críticas à proposta de Rollemberg.
Clã Roriz
Na quarta-feira (17), é esperada a retomada da discussão sobre a condenação, em primeira instância, do ex-governador Joaquim Roriz e de suas três filhas, Jaqueline, Wesliane e Liliane, por improbidade administrativa. Eles são acusados de serem beneficiados com 12 apartamentos em Águas Claras em troca da facilitação de um empréstimo do Banco de Brasília (BRB) à construtora WRJ Engenharia. Rodrigo Domingos Roriz, neto do ex-governador do DF, também é réu na ação
Em julho, a 5ª Turma Cível do TJDFT se reuniu para analisar o recurso da defesa do clã Roriz. Relator do caso, o desembargador Josaphá Santos chegou a ler o relatório que acolheu o pedido dos advogados do clã, mas um pedido de vista adiou a análise do processo.
Para o relator, a tramitação do processo foi nebulosa, houve influência política, mas não crime de improbidade administrativa. A condenação continua em primeira instância, até que a 5ª Turma Cível volte a analisar o recurso.
Atualmente, a deputada distrital Liliane é a única integrante da família Roriz com mandato eletivo. No entanto, há um processo na Câmara Legislativa que pede a cassação do mandato da parlamentar. A ação tem como base condenações e processos que correm na Justiça contra a vice-presidente da Casa.
“Ela foi condenada por improbidade administrativa na 3ª Vara de Fazenda Pública; por improbidade administrativa na 4ª Vara de Fazenda Pública e por corrupção eleitoral e falsidade ideológica no TRE-DF. Além disso, o Conselho Especial do TJDFT aceitou denúncia contra a deputada, por lavagem de dinheiro, transformando-a em ré em ação penal”, justificou Calebe Mello Cerqueira, da ONG Adote um Distrital, autora do pedido contra Liliane.