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Corte em salários do alto escalão do GDF ainda não saiu do papel

Projeto, anunciado em setembro, precisa ser analisado na CCJ da Câmara Legislativa antes da votação em plenário. Enquanto isso, Rollemberg continua recebendo o pagamento integral, de R$ 23,4 mil

atualizado

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A promessa veio com o pacote de arrocho, anunciado em setembro: “Vamos cortar na própria carne, reduziremos o salário do governador, do vice, dos secretários e dos administradores”. No entanto, dois meses se passaram e a medida não saiu do papel. O Projeto de Decreto Legislativo nº 56, que dá uma tesourada de 20% nos vencimentos do alto escalão do GDF, nem sequer passou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Legislativa, caminho obrigatório antes de chegar ao plenário da Casa.

Um dos avanços da proposta na Casa ocorreu em 29 de setembro, quando teve a admissibilidade aceita pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (Ceof), presidida pelo deputado Agaciel Maia (PTC). Outro é mais recente. A relatora do PDL na CCJ, Sandra Faraj (SD), também deu parecer pela admissibilidade, em 6 de novembro. Enquanto isso, os integrantes do alto escalão do Executivo receberam dois vencimentos, sem o corte. A remuneração bruta do governador chega a R$ 23.449,55. Caso a redução saia do papel, o valor cairá para R$ 18.759,64.

Projeto de LeiOs deputados afirmam não ter nenhuma objeção à aprovação do projeto. No entanto, ressaltam que a proposição ainda não foi a plenário porque o Executivo não a encaminhou com pedido de urgência. “O governo pautou outros projetos como prioritários, mas acho que não há resistência nenhuma”, afirmou o deputado distrital Rodrigo Delmasso (PTN).

Líder do PT na Câmara Legislativa, Chico Vigilante afirma que não vê muita gente comentando sobre o PDL na Casa.

É um projeto demagógico, sem importância nenhuma. O governador mandou a proposta para ter um pretexto e não pagar os reajustes dos servidores. Ele diz: É jogo de cena. Estou reduzindo o meu salário, o povo precisa entender

Chico Vigilante

Outro lado
De acordo com o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, o governo tem feito investidas para garantir a aprovação não só deste projeto, mas de todos os que integram o pacote. “Esse projeto, de forma isolada, não atrapalha o fechamento do quadrimestre, mas esperamos que a Câmara consiga analisar todos os que estão na Casa para que possamos, o quanto antes, economizar nas contas do governo”, afirmou.

O GDF ultrapassou o limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no segundo quadrimestre de 2015. As despesas com pessoal chegaram a 50,8% da receita, o que representa 1,8 ponto percentual além do permitido. Caso esse desempenho não comece a ser revertido nos quatro meses após a divulgação do percentual, o Executivo pode ficar impedido de fazer operações de crédito, por exemplo.

A próxima reunião da CCJ deve ocorrer na terça-feira (10/11). O projeto que diminui os salários, segundo a assessoria da comissão, está na pauta, mas depende de quórum mínimo de 13 distritais para ser votado. Para ser aprovado, são necessários sete votos.

Pressão
Nos bastidores, a aposta é que os deputados distritais não teriam aprovado o PDL porque, com a redução dos salários do Executivo, viria a cobrança da população para que a remuneração dos parlamentares também caísse. No entanto, essa hipótese é rechaçada pelos deputados.

“Não vi nada parecido na Câmara. Para mudar o salário de um deputado distrital — de R$ 25,2 mil —, seria necessário mudar a Constituição, que estipula o salário de acordo com um percentual das remunerações dos deputados federais”, disse Delmasso. Segundo a lei, a remuneração dos parlamentares do DF é 75% do teto dos salários dos deputados federais e senadores.

Lentidão
Um dos motivos para a lentidão na análise da proposta é a obstrução dos projetos de autoria do Poder Executivo que a Câmara iniciou em 13 de outubro. Contrariados com o não pagamento do reajuste dos servidores — que será concedido apenas em outubro do ano que vem —, os parlamentares instituíram a chamada “greve de votos”.

Na quarta-feira (4/11), entretanto, os distritais hastearam a bandeira branca e votaram dois projetos encaminhados pelo vizinho de Eixo Monumental. O primeiro confirma a participação do DF no Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Brasil Central. O outro remaneja R$ 2,5 milhões para o Jardim Zoológico e as administrações do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e a de Sobradinho.

Essa trégua, no entanto, não deve se estender às outras propostas encaminhadas pelo governo local com o objetivo de turbinar os cofres públicos em R$ 1,6 bilhão. A principal é o Projeto de Lei 738, que prevê a venda de 32 terrenos do GDF pela Terracap. Se aprovada na Câmara, o governo terá um incremento de pouco mais de R$ 1 bilhão.

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