Coronel Cynthiane Maria da Silva Santos assumirá Casa Militar do DF
A oficial será a primeira mulher à frente do órgão. Atualmente, a policial é responsável pela segurança do governador
atualizado
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A coronel Cynthiane Maria da Silva Santos será chefe da Casa Militar do Distrito Federal. A integrante da Polícia Militar entrará no lugar do coronel Márcio Pereira, que deixará o cargo oficialmente nesta quinta-feira (29/11), e passará a sustentar o título de primeira mulher a comandar o órgão na história da corporação.
Atualmente, a oficial é responsável pela segurança do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). É a primeira mulher a assumir o cargo na Subchefia de Operações de Segurança e a integrar o quadro de chefes na Casa Militar.
Entre 2007 e 2010, Cynthiane trabalhou na coordenação da segurança de outra autoridade: o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A coronel conta que a experiência no Palácio do Planalto foi enriquecedora.
A policial do Distrito Federal foi a primeira mulher no Brasil a comandar um batalhão de choque. Atuou na Copa das Confederações de 2013, na Copa do Mundo de 2014 e nas manifestações de junho de 2015. A tropa era empregada quase todos os dias. Em todas as ações, a oficial estava ao lado dos militares.
Com batom nos lábios, pele impecável e excelente forma física, a militar se divide entre o vaivém no Palácio do Buriti, sede do governo local, a Residência Oficial de Águas Claras e os cuidados com o filho, um jovem de 21 anos. Mesmo com a agenda corrida, consegue tempo para fazer curso de francês.
Carreira
Cynthiane nunca sonhou em ser policial. Cursava o terceiro ano da faculdade de processamento de dados quando a PMDF abriu o concurso para oficial. O pai é militar do Exército e incentivou as filhas a fazerem o certame. Entrou na academia de polícia com 19 anos, em 1991. De 68 alunos, apenas quatro eram do sexo feminino.
A coronel fez cursos na área de ensino e treinamento na Cruz Vermelha internacional. Em 1999, entrou para o Bope, onde passou por um dos treinamentos mais difíceis da corporação, raramente encarado por mulheres.
“Quando fiz a inscrição, os colegas me falaram que era melhor desistir, que eu não ia aguentar, não ia passar nem no TAF [teste de aptidão física]”, contou ao Metrópoles em entrevista publicada em 12 de março de 2018.
Ela era a única mulher da turma. Raspou a cabeça com máquina um, igual aos colegas, e passou quase cinco meses em treinamento intenso, o qual testava resistência física, o psicológico e a técnica.
Além disso, a policial foi a primeira oficial feminina da PMDF a viajar para o Timor Leste em uma Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU).