Convenções definem candidaturas e tempo de TV na corrida ao Buriti
Após idas e vindas, traições e recomposições, 12 chapas terão a partir do dia 31 chance de divulgar propostas no horário eleitoral
atualizado
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Após semanas marcadas por rasteiras, traições e mudanças marcantes no tabuleiro político do Distrito Federal, este domingo (5/8) marcou o fim do prazo dado pela Justiça Eleitoral para a definição das candidaturas ao Palácio do Buriti. A partir de agora, o eleitorado brasiliense terá de escolher entre 12 nomes homologados para disputa pelo Governo do Distrito Federal (GDF).
Boa parte da briga nos bastidores tinha como objetivo conseguir a maior fatia do fundo eleitoral e conquistar mais tempo de rádio e televisão – uma das principais moedas de troca do período pré-eleições.
As coligações terão dois blocos diários de 25 minutos, de segunda a sábado, os quais serão divididos entre todos os postulantes. Para o governo local, os programas serão realizados segundas, quartas e sextas-feiras. As produções estarão no ar no horário de almoço e, à noite, por volta das 20h.
A divisão do grupo até então liderado por Jofran Frejat (PR) provocou o lançamento de duas candidaturas distintas ao GDF: a do emedebista Ibaneis Rocha – coligação que conta com MDB, Avante, PP, PSC, PSL e PPL – e a do democrata Alberto Fraga (DEM, PSDB, PR e DC). Os dois nomes foram oficializados em convenções realizadas neste fim de semana.
As duas chapas terão os tempos mais robustos nos blocos da programação eleitoral gratuita no rádio e TV: Ibaneis contará com cerca de quatro minutos. Fraga, por sua vez, poderá utilizar 3 minutos e 30 segundos.
Idas e vindas
O grupo encabeçado pelo pessedista Rogério Rosso – que engloba PSD, PRB, PPS e Solidariedade – contava com a garantia de parceria do PSC, mas, no último momento, a sigla abandonou o projeto e aderiu à campanha de Ibaneis Rocha.
“Política se faz olho no olho. Eu estava num grupo que não me deixava à vontade”, criticou Zenóbio Rocha, presidente da legenda no DF. Sem a agremiação cristã, Rosso terá pouco mais de três minutos de aparição nos blocos gratuitos da TV e rádio.
Na esteira de mudanças de última hora, o PDT – que mantinha pré-candidatura de Peniel Pacheco ao Buriti – desistiu do protagonismo na corrida majoritária. Neste domingo (5), o partido contrariou as investidas do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e oficializou apoio à candidata Eliana Pedrosa (Pros).
A decisão fortaleceu a caminhada da ex-distrital – agora ela integra uma coligação de oito partidos: Pros, PHS, PMB, PTB, PTC, PMN, Patriota e PDT. O atual presidente da Câmara Legislativa do DF (CLDF), Joe Valle (PDT), não sairá candidato nestas eleições. Na corrida pelo senado, o indicado é o correligionário Fábio Barcellos.
A partir dessa composição, Eliana terá 2 minutos e 45 segundos de aparição no horário eleitoral.
Derrotado nas investidas de contar com o PDT em seu palanque, Rollemberg enfrentará a disputa de 2018 com uma coligação politicamente enxuta: além do próprio PSB, o governador terá no seu palanque lideranças políticas do PV, com Eduardo Brandão para vice-governador, da Rede — a qual terá Chico Leite ao Senado — e do PCdoB. A composição dará ao socialista pouco menos de dois minutos de campanha de rádio e televisão.
Até então integrante da chamada terceira via, Izalci Lucas (PSDB) chegou a ser lançado como pré-candidato do grupo ao Palácio do Buriti. Com a instabilidade política e jurídica gerada pelos adversários do próprio ninho, o tucano foi preterido por Rosso.
Insatisfeito, Izalci decidiu se lançar ao Senado e declarar apoio a Fraga, também descontente com a escolha do MDB de lançar Ibaneis. A debandada dos órfãos de Frejat contou ainda com o PR, partido que trabalha pela eleição do democrata e do tucano. Apesar de enxuta, a coligação terá um dos maiores tempos no horário eleitoral gratuito que passa a ser exibido a partir do dia 31 de agosto.
Isolados
Sem fechar composição com nenhuma sigla, o Partido dos Trabalhadores homologou a candidatura de Julio Miragaya ao Palácio do Buriti. O isolamento é parte da estratégia do partido de investir nas candidaturas proporcionais. Apesar disso, o majoritário da sigla terá pouco mais de dois minutos para levar suas propostas à população por meio da propaganda televisiva.
A professora Fátima Sousa (PSol) conseguiu o apoio do PCB para o projeto ao Palácio do Buriti. A aliança garantirá 20 segundos aos dois partidos.
Sem confirmar oficialmente apoios partidários, há ainda candidatos que terão de investir de outras formas no contato com o grande público. Primeiro candidato a ter o nome homologado no DF, o empresário Alexandre Guerra (Novo) terá pouco mais de três segundos de rádio e TV.
Também sem oficializar coligação com outras siglas, o general Paulo Chagas (PRP) concorrerá ao governo local com cerca de 10 segundos no horário eleitoral.
Com candidaturas confirmadas, mas também sem grandes composições, PRTB, PSTU e PCO mantiveram a disposição de concorrer ao Palácio do Buriti. Contudo, a falta de representatividade no Congresso Nacional reflete no tempo que os partidos terão na TV e no rádio em 2018: três segundos para PSTU e PCO. No caso da candidatura do PRTB, a sigla terá 7 segundos.