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Conheça quem são e o que pensam os universitários de direita do DF

Os jovens utilizam a internet e criam movimentos para defender pautas liberais e mudanças na política econômica

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Arquivo Pessoal
Jovens de direita
1 de 1 Jovens de direita - Foto: Arquivo Pessoal

Os 15 anos de governo do Partido dos Trabalhadores, que é ligado à esquerda e aos movimentos sociais, criou um novo tipo de rebeldia juvenil. Universitários, entre 17 e 25 anos, resolveram ser oposição, e se colocar à direita do pensamento político. Em vez de “endurecer sem perder a ternura jamais”, eles defendem o liberalismo e a diminuição do tamanho do Estado.

Os jovens de direita estão na Universidade de Brasília e nas instituições partidárias. Organizados, eles criam movimentos que invadem as faculdades e as redes sociais com as ideias que defendem. Ao contrário do senso comum, não carregam pôsteres do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Defendem reformas no Estado e um mantra: o fim do intervencionismo na economia.

“Precisamos privatizar, diminuir a burocracia, desregular e diminuir impostos que atravancam a economia brasileira”, afirma Luiz Guilherme Medeiros, 23 anos, estudante de direito e um dos diretores do Instituto Liberal do Centro-Oeste (Ilco) (foto acima).

Quando o assunto é política, Luiz Guilherme diz não ter nenhuma ligação partidária. Para ele, inclusive, o PSDB é uma legenda de esquerda moderada. “Não há partidos de direita no Brasil. O que temos são algumas pautas que tendem a liberalizar a economia. Essas, nós apoiamos”, explica.

Rômulo Hanning, 21 anos, estudante de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) e diretor do Movimento Reação Universitária (MRU), pensa de forma parecida. “Somos apartidários, pois não há legenda que nos abrigue. Mas somos políticos, então, se um deputado apoiar nossas pautas, vamos agir em conjunto”, diz.

Bolsonaro, não
Nas redes sociais, os “direitistas” são logo apontados como apoiadores da ideias retrógradas do deputado Jair Bolsonaro. Mas, na vida real, a coisa não é bem assim.

Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
Deputado Jair Bolsonaro não tem apoio dos jovens de direita

 

O Bolsonaro tem um passado militarista, que deixou nele uma mente estadista. Ele é contrário, por exemplo, à privatização da Petrobras. Isso é uma afronta ao liberalismo. Também discordamos nas pautas sociais

Luiz Guilherme

Se Bolsonaro não goza de prestígio, o mesmo não pode ser dito de Kim Kataguiri. Ele e o Movimento Brasil Livre (MBL) são apontados como exemplos pelos jovens da direita. “É a UNE dos liberais”, ironiza Luiz Guilherme.

União x casamento
Eles apoiam a união civil entre gays. “Tem que tomar cuidado, pois casamento é um termo sacro. Os anseios LGBT não podem interferir nas garantias religiosas. Mas os direitos civis devem ser garantidos”, comenta Hanning. “A posição do Ilco é que o Estado não deve interferir na vida das pessoas. A posição da Igreja é privada e não pode pautar o que é público”, completa Luiz Guilherme.

Políticas de distribuição de renda também contam com apoio, mas devem apresentar elementos que estimulem uma contrapartida. Afinal, dentro da meritocracia, quanto maior o esforço, crescem as chances de sucesso.

Aborto? Não há consenso. “Tem a questão do direito à vida. O movimento se divide quanto a isso”, pondera Hanning. “Particularmente, sou contra. Fere uma vida humana”, completa.

Doutrinação marxista
Os estudantes têm um alvo comum, aquilo que chamam de “doutrinação esquerdista na universidade”. Para eles, professores e outros alunos impõem uma ideologia única à comunidade acadêmica. O estopim foi quando um aluno monarquista foi atacado durante um ato na UnB.

Facebook/Reprodução
Integrantes do MRU recebem os calouros da UnB

 

“O nome ‘reação’ é porque queríamos reagir à doutrinação de esquerda e partidária. Alunos invadiam as salas e pediam greve contra o afastamento de Dilma. Professores passaram trabalhos criticando Michel Temer. O tema, em si, nunca foi discutido”, relata Hanning.

“Os alunos de esquerda têm uma atitude hostil contra a gente, mas a gente prefere o debate. No entanto, eles são maioria nas universidades e tentam nos calar”, denuncia Luiz Guilherme. Além do Ilco e do MRU, há outros movimentos, como o Distrito Liberal, UnB Sem Partido. Os grupos, no entanto, garantem que não possuem ligação com ativistas que agrediram estudantes de esquerda.

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