Conheça Paco Britto, o novo vice-governador do Distrito Federal
A carreira foi construída no setor produtivo. A política, antes considerada como hobby, torna-se agora prioridade
atualizado
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Ajudar Ibaneis Rocha (MDB) a deixar o anonimato para ser eleito governador do Distrito Federal foi um dos maiores desafios da carreira de um homem que sempre atuou nos bastidores da política brasiliense. Hoje, contudo, a tarefa que se desenha à frente de Paco Britto é ainda mais complicada: presidente do partido Avante no DF, ele assume, a partir de 1° de janeiro de 2019, o cargo de vice-governador.
Antes mesmo de ser empossado, o trabalho começou. Paco foi designado por Ibaneis como coordenador da equipe de transição do governador eleito, fazendo a ponte com a atual gestão para colher informações necessárias ao início da próxima administração.
Assim como Ibaneis, o futuro vice ainda começa a se tornar conhecido pelos brasilienses. O que poucos sabem é uma curiosidade em relação ao nome: Paco é um apelido de infância que resistiu ao tempo. Marcus Vinicius Britto de Albuquerque Dias, 54 anos, diz que não conseguia pronunciar o próprio nome quando era criança. “Todo mundo perguntava e eu falava ‘Paco Britto’. Aí acabou pegando”, conta.
Nascido no Rio de Janeiro em 1964, a história de Paco em Brasília começou em 1974, quando tinha 10 anos. Naquele ano, o carioca mudou-se para a capital da República com o avô Flávio Britto, ex-senador do Amazonas.
Foi na capital federal que Paco passou a maior parte da adolescência, até mudar-se para o interior de São Paulo, onde se formou em administração pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Depois, voltou a Brasília e, ainda na juventude, conheceu a esposa: a advogada e empresária Ana Paula Hoff. O casal está junto há 32 anos e tem três filhos: Catharina, 22; Cristiano, 18; e Flávio, 16. Os dois mais velhos cursam medicina. O caçula está no ensino médio.
O futuro vice-governador é amante de boas comidas e viagens. Com a família, conheceu todos os continentes do mundo, exceto a Antártica. “Gosto de visitar outros países e jantar bem”, afirmou. Sobre a vida familiar, diz prezar a educação dos herdeiros: “Acho que a única coisa que a gente deixa para os filhos é estudo e conhecimento”.
Carreira
Paco iniciou a vida profissional como administrador, e logo abriu uma empresa de construção civil e administração de bens. A política era considerada um hobby. Há 11 anos no PTdoB, atual Avante, Paco participou, nesse período, da articulação para eleger deputados.
Durante o governo de Maria de Lourdes Abadia (PSB), em 2006, ele foi secretário Institucional. A nomeação, conforme aponta Paco, foi um pedido do ex-governador Joaquim Roriz, de quem era próximo. Naquela época, já atuava como uma espécie de “conselheiro”.
Daqueles dias aos tempos atuais, ele sempre esteve presente na política local. Neste ano, os ajustes da chapa deram ao Avante dois representantes na Câmara Legislativa (CLDF). “O convite para ser vice ocorreu justamente por isso: porque nós sabemos montar partido”, frisou.
Ainda que tivesse forte influência no meio, Paco não foi a primeira opção da coligação para o posto de vice-governador. As costuras iniciais apontavam que a neta de Juscelino Kubitschek e esposa do empresário Paulo Octávio (PP), Anna Christina Kubitschek (PP), seria candidata a vice. Como Anna Christina recusou o convite, a janela se abriu e Paco foi alçado à vaga.
Transição
Desde que foi confirmado na chapa, em 5 de agosto, até a votação em segundo turno, em 28 de outubro, a rotina da campanha foi extenuante. Mas o fim do período eleitoral não significa uma agenda menos atribulada.
Antes mesmo de assumir o cargo de vice-governador do Distrito Federal, Paco tem que enfrentar a coordenação-geral da transição de governo. Para tanto, tem se dedicado exclusivamente às funções. “Quando acabar a transição e começar o governo, assumo a função de vice. Estarei a postos para ajudar Ibaneis a fazer uma gestão eficiente”, pontuou.
Paco diz estar feliz com as atribuições confiadas a ele. O homem que trabalha desde os 15 anos de idade acumula no currículo experiência não só de empresário mas de vendedor e representante comercial, por exemplo. Agora, tem à sua frente o que considera ser o maior desafio de sua vida.