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Com Ibaneis eleito, veja quais distritais querem a presidência da CLDF

A definição nas urnas acelerou conversas e negociações. Ao todo, seis nomes são cotados. Apoio do próximo governador pode definir o jogo

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CLDF vota criação do Instituto HB
1 de 1 CLDF vota criação do Instituto HB - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A confirmação nas urnas de que Ibaneis Rocha (MDB) será o novo governador do Distrito Federal acelerou as negociações para decidir quem estará no comando da Câmara Legislativa (CLDF) a partir de 2019. Conversas sobre os possíveis nomes dominaram encontros entre os deputados distritais eleitos nos últimos dias.

Oficialmente, apenas Reginaldo Veras (PDT) manifestou estar na disputa. No entanto, pelo menos outros cinco nomes são cotados e se movimentam para tentar angariar apoios. Três deles já ocupam cadeiras na Casa: Cláudio Abrantes (PDT), Rafael Prudente (MDB) e Rodrigo Delmasso (PRB).

Nas negociações, são citados ainda os nomes de Roosevelt Vilela (PSB), suplente do atual presidente da CLDF, Joe Valle (PDT), e do novato João Cardoso, eleito pelo Avante.

Ibaneis tem afirmado que não pretende interferir na escolha do comando da CLDF. Mas, com uma bancada forte, qualquer aceno do emedebista pode desequilibrar a disputa. Como mostrou o Metrópoles, entre os 24 eleitos para a próxima legislatura, a maioria (14) se mostra disposta a formar uma base governista.

Tradicionalmente o governador eleito do Distrito Federal participa ativamente das negociações para a escolha do número um do Legislativo local. A prerrogativa, apesar de não ser oficial, ajuda na aproximação entre os dois Poderes e sinaliza o interesse dos parlamentares locais – ou da maioria deles – de seguirem em sintonia com as propostas do governo que foram confirmadas nas urnas pela população.

Possíveis postulantes
Aliado de primeira hora de Ibaneis, mesmo sendo de uma sigla que apoiou a reeleição de Rodrigo Rollemberg, Cláudio Abrantes é considerado um nome forte. Além de desafiar o partido ao qual é filiado, o policial civil foi visto ao lado do ex-presidente da Ordem dos Advogados do DF (OAB-DF) ao longo de toda a campanha. A filiação de Abrantes, no entanto, pode ser um impeditivo, pois um eventual apoio de Ibaneis pode desagradar deputados que fizeram parte de sua chapa oficialmente.

Único correligionário eleito do novo governador, Rafael Prudente (MDB) também é apontado como um deputado com potencial para ocupar a cadeira principal do Legislativo. Ao contrário de Abrantes, no entanto, Prudente quase não participou dos eventos de campanha de Ibaneis.

Rodrigo Delmasso (PRB) é outro veterano que pode participar da disputa. Além de contar com a bancada evangélica, o deputado declarou apoio a Ibaneis no segundo turno após Rogério Rosso (PSD) deixar a disputa.

Do partido de Rollemberg, o bombeiro militar Roosevelt Vilela também conversa para tentar chegar à presidência à CLDF. Apesar de ter declarado que fará uma atuação neutra, ele terá que convencer a maioria que compõe a base do governador eleito.

Suplente de Joe Valle, Roosevelt chegou a assumir o posto de deputado quando o atual presidente licenciou-se para comandar uma secretaria no GDF.

Pela tradição na Câmara Legislativa, os veteranos ganham força pela experiência legislativa. Contudo, interlocutores de Ibaneis acreditam que o fato de se ter experiência não será o fiel da balança para a escolha do substituto do governador e vice-governador em caso de ausências do Palácio do Buriti.

O discurso de “novo” do emedebista faz com que aliados apostem na chance de a cadeira ser ocupada por um estreante. A escolha seria justamente no sentido de não haver vícios de gestões anteriores. Nesse contexto, surge o nome de João Cardoso. Professor e auditor, ele é filiado ao Avante, partido do vice-governador eleito Paco Britto.

Composição da CLDF
O resultado das urnas em 2018 trouxe uma configuração bem curiosa para a Câmara Legislativa. Nada menos que 18 partidos estão representados na próxima legislatura. Trata-se de uma fragmentação como nunca antes observada na Casa. Apenas seis legendas têm dois deputados.

Mesmo com essa formação inédita, a maioria dos eleitos declararam que pretendem fazer parte de uma base governista. Ibaneis reuniu, oficialmente, 18 legendas: PP, Avante, PSL, PPL, PSD, PSDB, Podemos, Patriota, DC, PMB, PHS, PRB, PPS, PRP, PR, PTB, PSC e Solidariedade.

Ao Metrópoles, afirmaram estar com Ibaneis: Martins Machado (PRB), Rafael Prudente (MDB), Rodrigo Delmasso (PRB), Robério Negreiros (PSD), Cláudio Abrantes (PDT), Jorge Vianna (Podemos), Iolando (PSC), Hermeto (PHS), Daniel Donizet (PRP) e Reginaldo Sardinha (Avante).

Além desses nomes, Valdelino Barcelos (PP) e João Cardoso Professor-Auditor (Avante) integram partidos da coligação do ex-presidente da OAB-DF. O delegado Fernando Fernandes (Pros) e Eduardo Pedrosa (PTC) também se dizem ao lado de Ibaneis.

Na oposição, estão os petistas Arlete Sampaio e Chico Vigilante. Na bancada independente, que afirma votar em projetos de interesse do Distrito Federal, estão aliados de Rollemberg e representantes de legendas que ficaram neutros no segundo turno das eleições: José Gomes (PSB), Leandro Grass (Rede), Roosevelt Vilela (PSB), Reginaldo Veras (PDT), Júlia Lucy (Novo) e Fábio Félix (PSol).

Histórico complicado
A história recente do DF reforça que uma escolha errada pode refletir diretamente nos resultados do governo local para a população. Em 2014, logo após ter sido eleito, Rollemberg apostou as fichas na deputada distrital Celina Leão (PP), de quem era aliado.

Após ser conclamada presidente da CLDF, a distrital escancarou diferenças latentes entre os dois políticos, e a relação do chefe do Executivo com a Câmara Legislativa começou a passar por percalços que foram sentidos até recentemente.

Após uma gestão engolida pela Operação Drácon, Celina foi destituída da presidência da CLDF pela Justiça, e a chefia da Casa passou a ser exercida de forma interina pelo deputado Juarezão (PSB), até então vice da Mesa Diretora.

Com o fim do mandato de dois anos, Rollemberg tentou emplacar o aliado Agaciel Maia (PR) como sucessor, mas distritais rebelados se organizaram e acabaram dando a vitória ao pedetista Joe Valle, também ex-aliado do socialista.

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