Com direito a cerveja e mocotó, Ibaneis faz campanha em Ceilândia

Em ascensão nas últimas pesquisas, o candidato ao Palácio do Buriti Ibaneis Rocha (MDB) decidiu voltar, nesta quinta-feira (20/9), à região mais populosa do Distrito Federal. Ele caminhou pelo comércio local de Ceilândia um dia após ter feito praticamente o mesmo percurso. “Não deu tempo de visitar tudo ontem, por isso voltei”, justificou.

Apesar de os adversários de Ibaneis creditarem a subida do buritizável nas pesquisas aos recursos que o emedebista está investindo na própria candidatura, ele discorda. “Dinheiro não faz diferença em campanha, mas sim o tempo de televisão e a personalidade do candidato. Essa turma deveria sair dos gabinetes e enfrentar o povo na rua, mas eles têm vergonha de fazer isso porque não são bem-aceitos”, afirmou.

Advogado trabalhista, Ibaneis conseguiu erguer uma fortuna na carreira profissional. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou ter patrimônio de R$ 94.100.602,57. Para a disputa ao Governo do Distrito Federal (GDF), garantiu que vai tirar todo o dinheiro possível do próprio bolso. De acordo com as normas eleitorais, cada buritizável pode investir, no máximo, R$ 5,6 milhões. Até o momento, ele declarou ter feito cinco transferências eletrônicas, no valor total de R$ 2,2 milhões, da conta pessoal para a campanha.

Na pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta quinta (20), Ibaneis apareceu em terceiro, com 13% – na frente de Rodrigo Rollemberg (PSB), que caiu de 15% para 12%, e de Rogério Rosso (PSD), o qual tinha 12% e hoje soma 11%. O emedebista cresceu nove pontos percentuais. Alberto Fraga (DEM) subiu de 10% para 14% e está em segundo lugar. Os quatro candidatos estão empatados tecnicamente. Eliana Pedrosa lidera, com 20%.

Mais investimentos
Na peregrinação por Ceilândia, Vilma Pereira, 55 anos, parou Ibaneis para pedir mais investimentos na área da saúde. “Sou depressiva há mais de 20 anos e, muitas vezes, não consigo atendimento nos hospitais. Sempre foi assim”, reclama. Para Vilma, os políticos só aparecem na época das eleições. “Eles deveriam voltar para checar como está a situação da cidade”, criticou.

Ibaneis prometeu melhorar o sistema de saúde do DF, mas também tratou da educação. Segundo o buritizável, os recursos para essas áreas virão de um melhor desenvolvimento de empregos e renda na capital da República. “Temos como gerir e colocar dentro do nosso orçamento, no primeiro ano, mais de R$ 5 bilhões só com a eficiência na arrecadação tributária”, garantiu.

Na caminhada, Ibaneis distribuiu panfletos e santinhos. Por volta das 13h, ele parou para tomar cerveja e comer dobradinha e mocotó em um restaurante da cidade.

Parceria
Mais cedo, o advogado participou de um café da manhã com empresários na Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco). De acordo com o postulante, é necessário fazer uma parceria com o empresariado para reconstruir a cidade. “Precisamos reformar tudo”, disse.

À tarde, Ibaneis se reúne, em seu comitê na Asa Norte, com representantes do Sindicato dos Bancários, da Associação da Secretaria de Agricultura, da Diretoria do Sindicato dos Professores (Sinpro), do Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindiveste) e representantes da moda do Distrito Federal

Embate judicial
Em sua campanha eleitoral gratuita na televisão, Ibaneis criticou a morosidade do GDF na obtenção dos recursos para a expansão do Metrô para a Asa Norte. “Não foi feita nesse governo por falta de projeto. O dinheiro está no BRB. Eram R$ 420 milhões à disposição, e não foi feito”, atacou.

O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), candidato à reeleição ao Palácio do Buriti, pediu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) direito de resposta contra a afirmação do emedebista, mas a solicitação foi negada por decisão, divulgada nesta quinta-feira (20/9), do desembargador Jackson Domenico. Segundo o atual chefe do Executivo distrital, as obras não tiveram início por causa da burocracia.

Ibaneis comentou o resultado: “Eu esperava que a ação fosse negada, pois tudo que eu falo é fundamentado. Foram representantes do Metrô que me passaram essas informações”, alegou o advogado.