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Com bancadas definidas, distritais passam a discutir comando da CLDF

Definição do novo governador do Distrito Federal será determinante para escolha do novo presidente da Casa. Estreantes já fazem apostas

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
CLDF vota criação do Instituto HB
1 de 1 CLDF vota criação do Instituto HB - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O governador do Distrito Federal ainda nem foi definido no segundo turno, mas entre os deputados distritais eleitos e reeleitos já foi dada a largada nas negociações para decidir quem estará no comando da Câmara Legislativa (CLDF) a partir do ano que vem. Apesar de precoce, o início das conversas faz todo sentido: os aliados dos dois candidatos majoritários querem sair à frente na disputa pela Presidência da Casa, quando a Justiça Eleitoral anunciar a vitória de um dos buritizáveis.

Oficialmente, nomes chancelados pelos brasilienses para a CLDF garantem que o assunto ainda não é prioridade, pois os eleitos têm cumprido agenda nas comunidades e colégios eleitorais para agradecer pelos votos recebidos. Nos bastidores, porém, os integrantes das novas bancadas confirmam que a pauta motivou encontros entre os ainda desconhecidos futuros colegas.

Apesar de ter poderes distintos, tradicionalmente o governador eleito do Distrito Federal participa ativamente das negociações para a escolha do número um do Legislativo local. A prerrogativa, apesar de não ser oficial, ajuda na aproximação entre os dois palácios e sinaliza o interesse dos parlamentares locais – ou da maioria deles – de seguirem em sintonia com as propostas do governo que foram confirmadas nas urnas pela população.

Com as bênçãos discretas do novo governador, a escolha do presidente da Câmara Legislativa do DF terá de ser referendada pela maioria simples dos novos distritais. Com uma bancada forte, a decisão do novo chefe do Executivo local ganha força entre os parlamentares. O entendimento é que o “preferido” consiga se tornar um porta-voz ativo dos deputados com o Governo do Distrito Federal (GDF).

Cenário Ibaneis
Numa eventual vitória no dia 28, o líder de intenções de voto de recentes pesquisas, Ibaneis Rocha (MDB), encontraria no início de janeiro uma bancada distrital com, no mínimo, 12 parlamentares governistas. Desses, o candidato emedebista ao comando do Palácio do Buriti teria de escolher entre apoiadores estreantes ou veteranos.

Pela tradição na Câmara Legislativa, os veteranos ganham força pela experiência legislativa. Nesse cenário, Ibaneis teria pelo menos dois nomes que orbitam a possibilidade de disputar a principal cadeira da CLDF: Leonardo Prudente (MDB) e Cláudio Abrantes (PDT). Prudente, por ser do partido do possível governador; Abrantes, por estar ao lado do emedebista desde o início da corrida ao Palácio do Buriti – mesmo sendo da sigla que apoiou a reeleição de Rodrigo Rollemberg (PSB).

Contudo, apesar da tradição, interlocutores de Ibaneis acreditam que o fato de se ter experiência não será o fiel da balança para a escolha do substituto do governador e vice-governador em caso de ausências do Palácio do Buriti. O discurso de “novo” do emedebista faz com que aliados apostem na chance de a cadeira ser ocupada por um estreante. A escolha seria justamente no sentido de não haver vícios de gestões anteriores.

Com uma base formada por 19 partidos diferentes (além do MDB, PSC, PP, Avante, PSL, PPL, PSD, PSDB, Podemos, Patriota, DC, PMB, PHS, PRB, PPS, PRP, PR, PTB, PSC e Solidariedade), Ibaneis teria uma cartela de possibilidades para escolher até o dia 1º de janeiro de 2019. Até lá, e caso seja eleito como demonstram as pesquisas, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Distrito Federal (OAB-DF) estudará cuidadosamente o perfil do pretenso apadrinhado.

A história recente do DF reforça que uma escolha errada pode refletir diretamente nos resultados do governo local para a população. Em 2014, logo após ter sido eleito, Rollemberg apostou as fichas na deputada distrital Celina Leão (PP), de quem era aliado. Após ser conclamada presidente da CLDF, a distrital escancarou diferenças latentes entre os dois políticos, e a relação do chefe do Executivo com a Câmara Legislativa começou a passar por percalços que foram sentidos até recentemente.

Após uma gestão engolida pela Operação Drácon, Celina foi destituída da Presidência da CLDF pela Justiça, e a chefia da Casa passou a ser exercida de forma interina pelo deputado Juarezão, até então vice da Mesa Diretora. Com o fim do mandato de dois anos, Rollemberg tentou emplacar o aliado Agaciel Maia (PR) como sucessor, mas distritais rebelados se organizaram e acabaram dando vitória ao pedetista Joe Valle, também ex-aliado do socialista.

Cenário Rollemberg
Ainda com uma bancada discreta – oficialmente com três deputados –, o governador Rodrigo Rollemberg, caso reeleito, teria de escolher entre o bombeiro Roosevelt (PSB), o empresário José Gomes (PSB) e o professor Leandro Grass (Rede). Na briga, Roosevelt e Grass ganham preferência em relação ao outro colega. O militar é considerado por ter sido da equipe do atual governo; o filado da Rede, por sua vez, por ter declarado publicamente que permaneceria na campanha de reeleição do atual chefe do Executivo, apesar de o partido ter decidido abandonar o projeto pessebista.

Personagem que não pode ser dispensado neste jogo de cartas marcadas é a distrital reeleita Telma Rufino (Pros). Apesar do reconhecimento de Rollemberg pelo apoio que recebeu dela durante o primeiro turno local (oficialmente, o partido de Telma tinha candidatura de Eliana Pedrosa ao Palácio do Buriti), a reeleição da parlamentar ainda é objeto de discussão jurídica.

O PTB-DF teve 32 candidaturas rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) após o partido não ter, segundo decisão da Corte, protocolado as candidaturas dentro do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral. O processo ainda será julgado pelo mérito, sem data marcada. Caso a decisão seja em benefício da legenda, haverá uma recontagem dos votos e, nesse cenário, os petebistas garantem uma cadeira e Telma passará a ser a primeira suplente da coligação.

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