CLDF reabrirá investigação sobre ex-servidor que é jogador de futebol
Comissão que apurou o caso sugeriu suspensão de 90 dias para Gustavo Araújo Passos, mesmo com ele já tendo sido exonerado do cargo
atualizado
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A presidência da Câmara Legislativa (CLDF) decidiu rever o processo de investigação da conduta do ex-servidor comissionado Gustavo Araújo Passos. O ex-assessor do deputado Juarezão (PSB) era jogador profissional do Ceilândia Esporte Clube e treinava no horário em que deveria dar expediente no gabinete do parlamentar.
Apesar de Gustavo ter confirmado treinar todos os dias e de já ter sido exonerado, a Comissão de Fiscalização, Governança Transparência e Controle (CFGTC) pediu a suspensão dele por 90 dias. A punição foi sugerida porque a CFGTC observou apenas os dias de jogos, não levando em conta os de treinos, por exemplo, quando o atleta também não comparecia à CLDF.
Outra questão ignorada pela comissão foi o fato de o Ceilândia não ter encaminhado documentos solicitados ao longo da investigação, que corre em sigilo na Casa. O colegiado poderia ter acionado a Justiça para exigir o material, mas não o fez. A CFGTC também não pediu punição para os responsáveis por atestar a folha de ponto de Gustavo.
Reabertura
Na terça-feira (2/10), o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), determinou a abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD) com o intuito de reabrir o procedimento de investigação.
“O caso deu uma repercussão muito negativa para a Casa. Não podemos simplesmente deixar as coisas como estão. Precisamos levar esses assuntos mais a sério”, concluiu o chefe do Legislativo.
Questionado pela reportagem sobre por que não enviou a documentação, o presidente do Ceilândia Esporte Clube, Aridelson de Almeida, disse não se sentir na obrigação de prestar as informações, pois, segundo ele, os dados estão disponíveis na internet.
“A documentação pedida está no site da CBF [Confederação Brasileira de Futebol]. Queriam saber do contrato do Gustavo e da carga horária de trabalho. Eu não sinto que o Ceilândia deveria prestar informações. Foi a Câmara que não fiscalizou o servidor dela. Contratei um atleta e ele cumpriu as obrigações com o Ceilândia. A CLDF tem que correr atrás do prejuízo dela, pois eu não tive prejuízo”, afirmou.
Juarezão alega não ter conhecimento das faltas de Gustavo e, segundo disse, exonerou-o ao saber que o servidor era jogador no mesmo horário quando deveria estar trabalhando em sua assessoria. Gustavo não foi localizado para comentar o caso.
