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CLDF aguardará STF se manifestar antes de votar reforma da Previdência

Câmara quer votar as três propostas em tramitação. Como liminar impede análise do projeto do GDF, Casa decidiu esperar manifestação da Corte

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Felipe Menezes/Metrópoles
Brasília(DF), 09/02/2017 – CLDF. Foto: Giovanna Bembom/Metrópo
1 de 1 Brasília(DF), 09/02/2017 – CLDF. Foto: Giovanna Bembom/Metrópo - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

A reforma da Previdência no Distrito Federal ganhou um contorno inesperado. A Câmara Legislativa aguardará o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciar antes de decidir como serão as futuras aposentadorias dos servidores ligados ao GDF. Assim, a votação que estava marcada para a tarde desta terça-feira (19/9) corre o risco de ser adiada caso o Judiciário não se manifeste até o meio-dia. Tudo porque os deputados querem votar, de uma só vez, os três projetos que tramitam na Casa sobre o tema.

A decisão foi tomada em reunião de quase duas horas na tarde de segunda-feira (18). Como os distritais não entraram em consenso sobre qual das três matérias seria votada, ficou acordado que todas passarão pelo crivo do plenário: o Projeto de Lei Complementar n° 122/2017, de autoria do governo local, e os dois substitutivos redigidos pelos deputados. Cada um com regras diferentes para o funcionalismo.

A novidade representa uma guinada no cenário que vinha sendo costurado nos últimos dias. Desde a semana passada, as discussões entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa caminhavam para a votação apenas da terceira e última versão do projeto, redigida por parlamentares e técnicos do Executivo e do Legislativo. Apesar da mudança de última hora, a tendência é que os distritais rejeitem o PLC n° 122/2017 e o primeiro substitutivo.

Entretanto, antes das votações, o STF precisa se posicionar sobre um mandado de segurança deferido pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). O Judiciário local atendeu ao pedido dos distritais Wasny de Roure (PT) e Ricardo Vale (PT) e proibiu a análise, em plenário, do PLC n° 122/2017. Os deputados alegaram que a tramitação não respeitou o devido processo legislativo, pois não houve tempo para apresentar emendas. O Palácio do Buriti, então, recorreu ao Supremo.

A principal polêmica da proposta do GDF é unificar os dois fundos do Instituto de Previdência do funcionalismo local (Iprev-DF): o Financeiro (FF), que atende os servidores que entraram antes de 2007 e é deficitário; e o Capitalizado (FC), para quem ingressou nos quadros do governo após 2007 — este tem superávit. Os dois substitutivos apresentados excluem a fusão das duas reservas.

Reunião na CLDF
No encontro do Colégio de Líderes, o líder do governo na CLDF, Agaciel Maia (PR), apresentou os detalhes do substitutivo feito nos últimos dias. Embora a proposta não altere a configuração dos fundos do Iprev, autoriza o Executivo a usar o superávit das aplicações do FC.

Essa não é uma proposta do governo, mas dos deputados. O lado positivo é que atende o Executivo e não une os fundos, como querem os parlamentares. Acredito que ela vá passar, mas o combinado é que todas as propostas sejam levadas ao plenário

Agaciel Maia, líder do governo na CLDF

Na semana passada, essa proposta já contava com a simpatia de boa parte dos distritais, conforme o Metrópoles noticiou. Mas, entre os opositores, há resistência. “Não existe esse substitutivo dos deputados. Como pode ser nosso se ninguém o conhece? Somente hoje [segunda], às vésperas da votação, o líder do governo nos apresentou o texto final. Levei para minha assessoria e vamos analisar cada item para evitar surpresas”, criticou Celina Leão (PPS).

Para o deputado Wasny de Roure, o novo projeto foi gestado “de forma inconsequente, sem a devida demonstração dos impactos financeiros e atuariais”. De acordo com ele, o substitutivo em discussão permitirá ao atual governo retirar do Iprev mais de R$ 2 bilhões, divididos em 14 parcelas de R$ 90 milhões, mais R$ 60 milhões mensais que deixará de repassar como contribuição obrigatória até dezembro de 2018.

“Não estamos mais uma vez diante do “menos pior”, mais sim de um substitutivo pior que o projeto original. A emenda é pior que soneto”, disparou.

Veja a íntegra do substitutivo:

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Sindicatos estudam proposta
Entidades ligadas ao funcionalismo também estudam a proposta. “Estamos analisando o projeto. Teremos uma nova reunião às 9h desta terça [19] para discutir o assunto. Mas, das propostas apresentadas até agora, essa ainda é a menos ruim, já que o governo sequer arrumou uma solução para capitalizar a aposentadoria dos veteranos”, afirmou, na noite de segunda (18), o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Direta (Sindireta-DF), Ibrahim Youssef.

Segundo o sindicalista, representantes do GDF disseram que as demandas dos servidores poderiam ser atendidas em um projeto à parte. As fontes dos recursos viriam da criação da “Zona Azul”, que transformaria estacionamentos públicos em pagos; e da utilização de ações de mercado e ativos de empresas públicas. Esse dinheiro seria utilizado no pagamento de aposentados.

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