Cenário indefinido às vésperas da eleição para a presidência da CLDF
Até agora, a única chapa formada é a de Agaciel Maia e Ricardo Vale. Wellington Luiz será vice em alguma composição, só não sabe com quem
atualizado
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A um dia de a Câmara Legislativa eleger o seu novo presidente, uma peculiaridade marca a disputa: não há favoritos entre os que querem ser o novo chefe do Legislativo local pelo próximo biênio. Até a noite de terça-feira (13/12), os distritais ainda costuravam acordos e discutiam possibilidades.
Dos 24 parlamentares, cinco estão na linha de frente dos que pretendem entrar na briga — incluindo os vices. O cenário de indefinições inclui a possibilidade de um deles, Joe Valle (PDT), desistir da candidatura para fortalecer o grupo que tentará evitar que o governista Agaciel Maia (PR) comande a Casa.
O peemedebista representa o braço do ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filippelli na disputa da Câmara Legislativa. O apoio a Filippelli, atualmente assessor especial do presidente Michel Temer, poderá render bons frutos na eleição de 2018, segundo avaliam distritais.
Na terça (13), Joe Valle (PDT) e Wellington Luiz (PMDB) chegaram a negociar que o peemedebista seria o vice na chapa da disputa. Mas os distritais não descartam uma reviravolta, com Joe abrindo mão da liderança na composição para a pastora Sandra Faraj (SD).
Mesmo não sendo unanimidade entre os colegas, Sandra quer concorrer à presidência. Avisou aos pares que, se a deixassem sair presidente, levaria os votos da bancada evangélica, composta por Rodrigo Delmasso (PTN), Júlio César (PRB) e Bispo Renato (PR).
Toda essa negociação seria para que o governo não saísse vitorioso na disputa, com a indicação de Agaciel Maia (PR). Maia conta com o apoio da bancada do PT — que tem o vice da chapa, Ricardo Vale (PT) — e do governador Rodrigo Rollemberg.
Além da visibilidade, o presidente da Câmara Legislativa tem o poder de colocar em pauta a votação dos projetos, tanto os de autoria dos distritais quanto os do Executivo. Estar na cadeira nos próximos dois anos fortalece o nome do presidente na campanha de 2018. Mas também o coloca sob os holofotes, especialmente quando existem suspeitas de irregularidades.
Veja os principais personagens da disputa até agora
Agaciel Maia (PR)
Governista, é o nome indicado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Recebeu apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores, mas tem dificuldades de ser aceito pelos outros colegas, já que representaria os interesses do Buriti na Casa. No segundo mandato, Agaciel é presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças na Câmara.
Joe Valle (PDT)
Apesar de ter espaço no governo de Rollemberg, com indicações na Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, onde foi secretário, o distrital não é o nome do Buriti na Câmara Legislativa, tanto que sinalizou que pode abrir mão da disputa para apoiar Sandra Faraj.
Sandra Faraj (SD)
Deputada no primeiro mandato, Sandra Faraj é pastora da Comunidade Cristã Ministério da Fé. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ela conta aos pares que tem os votos de três integrantes da bancada evangélica: Bispo Renato, Júlio César e Rodrigo Delmasso. Muito ligada a Celina Leão (PPS), ferrenha opositora a Rollemberg, Sandra poderia dificultar o caminho do Buriti na Casa.
Wellington Luiz (PMDB)
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, Wellington Luiz tem as bênçãos do ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli e também deve contar com o apoio do grupo de Celina Leão, Raimundo Ribeiro, Robério Negreiros, Cristiano Araújo e Rafael Prudente. Wellington está no segundo mandato de distrital e é o presidente da CPI da Saúde. Ele não disputará a presidência, mas confirmou que será vice. Com Joe ou com Sandra,
Ricardo Vale (PT)
Desenhista técnico graduado em marketing e gestão de negócios, Ricardo Vale está em seu primeiro mandato e foi indicado pela bancada do PT para garantir espaço para o partido na Mesa Diretora. A indicação de Vale para ser vice na chapa de Agaciel Maia foi muito criticada pelos próprios petistas, que não aceitam o partido se aliar ao candidato do governador Rodrigo Rollemberg.