“Campanhas majoritárias têm caixa 2”, diz ex-chefe da Casa Civil do DF
Pelo Twitter, Hélio Doyle, que foi coordenador da campanha de Rodrigo Rollemberg (PSB) ao GDF, disse duvidar que alguma campanha majoritária dos últimos 30 anos tenha ocorrido sem o recebimento de doação ilegal. O jornalista também participou de outros governos do DF
atualizado
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Desde que deixou a chefia da Casa Civil do Governo do Distrito Federal (GDF), em junho do ano passado, Hélio Doyle tem metralhado para todos os lados. Afiado, o jornalista usou o Twitter para fazer uma declaração polêmica no fim de semana. Ao responder a uma postagem da comentarista da Globo Cristiana Lôbo sobre o depoimento de Mônica Moura confirmando recebimento de “caixa 2” na campanha de 2010, Doyle disparou: “Duvido que alguma campanha majoritária nos últimos 30 anos não tenha tido caixa 2”.
Doyle foi o coordenador da campanha de Rodrigo Rollemberg (PSB) em 2010 — uma eleição majoritária. Depois que o socialista venceu a disputa, Doyle foi promovido a chefe da Casa Civil do DF, mas entregou o cargo após desgaste com deputados distritais. O jornalista também trabalhou nas campanhas de Joaquim Roriz, Maria de Lourdes Abadia e Cristovam Buarque ao governo do DF.Duvido que alguma campanha majoritária nos últimos 30 anos não tenha tido caixa2. https://t.co/HUXyPHm6in
— Hélio Doyle (@heliomdoyle) 22 de julho de 2016
Ao Metrópoles, Doyle foi além: “Não atuei como tesoureiro nas campanhas, mas duvido que qualquer uma das que trabalhei não tenha tido caixa 2, dinheiro não contabilizado. Não dá para ser hipócrita. Isso não é uma prática nova, não começou com a Dilma”, afirmou. Doyle disse que a declaração não indica que ele ache o comportamento legal. “É absurdo? É. É contra a lei? É. Mas é uma cultura do país há muitos anos. Sempre tem aquele empresário que contribui, mas não quer aparecer”, completou.
Para ele, a reforma eleitoral vai ajudar a diminuir a prática das doações ilegais. A nova legislação proíbe o financiamento eleitoral por pessoas jurídicas. Ou seja, a partir das próximas eleições, apenas pessoas físicas e recursos do fundo partidário poderão ser usados nas campanhas.