Campanella será o próximo a depor na CPI do Transporte
No interrogatório desta quinta (1/10), o advogado Sacha Reck depôs por seis horas. Integrantes da comissão falam em fazer acareações por conta das contradições entre os depoimentos
atualizado
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Seis horas de depoimento do advogado Sacha Reck não foram suficientes para os integrantes da CPI dos Transportes. Tanto que ele vai depor mais uma vez, no próximo dia 15. Antes dele, porém, será a vez do ex-diretor do DFTrans, Marco Antonio Campanella, prestar esclarecimentos sobre a licitação de R$ 7,8 bilhões que reformulou o sistema de transporte público do DF, com a concessão do serviço a cinco empresas de ônibus. Campanella já foi convocado uma vez, mas apresentou atestado médico e não compareceu.
Durante o depoimento desta quinta-feira (1/10), os parlamentares tentaram diversas vezes fazer o advogado curitibano entrar em contradição. Mas, com uma pilha de documentos em mãos, Reck deu respostas longas e embasadas. Para toda resposta, citava alguma parte do processo e da papelada que estava ao seu lado.As perguntas da CPI foram conduzidas pelo relator Raimundo Ribeiro (PSDB). No fim da reunião, o tucano disse que a participação do advogado no processo de licitação foi “intensa e até determinante”. Após o depoimento de Campanella, os deputados pretendem fazer acareações entre os depoentes.
Nessa segunda fase, vamos mostrar eventuais contradições. Mas que Sacha Reck foi fundamental no processo, não tenho dúvidas.
Deputado Raimundo Ribeiro
Acusado de trabalhar para uma das empresas de ônibus vencedoras da licitação, a Marechal, e ser consultor do processo contratado pela Secretaria de Transportes, Reck confirmou em depoimento o que havia antecipado com exclusividade para o Metrópoles: que ele representava a Marechal em uma ação coletiva referente ao Sindicato das Empresas de Ônibus em Curitiba e não em ações individuais.
Responsabilidade
Presidente da comissão, Bispo Renato Andrade (PR) negou que Reck tenha conduzido o depoimento, por estar muito preparado, e disse que a dinâmica da comissão no depoimento desta quinta foi diferente. “Só o deputado Raimundo Ribeiro perguntou para evitar que Sacha escapasse”, afirmou. Segundo o presidente, o depoimento de Reck reforçou a participação do ex-secretário de Transportes José Walter Vazquez no processo de licitação: “Ficou claro que Vazquez teve responsabilidade política e que tratou da licitação como um todo.”
O depoimento de Reck foi tão importante que até a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), acompanhou a reunião. Desde a legislatura passada, a distrital reforça a necessidade de investigar o processo de licitação em que Reck foi consultor.
A comissão votou ainda a quebra do sigilo telefônico de 19 pessoas, entre elas o de Vazquez e de Campanella. Os deputados encerraram a reunião por conta do cansaço às 16h30, e convidaram o advogado para o novo depoimento.