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Bolsonaro sabe do “timing” da Previdência no Congresso, diz porta-voz

Presidente está internado em São Paulo e vai definir estratégia de apresentação da proposta do governo “em breve”

atualizado

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Enviada especial a São Paulo (SP) – O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, afirmou na tarde desta terça-feira (5/2) que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), vai definir a estratégia de apresentação da proposta de reforma da Previdência ao Congresso Nacional assim que possível, considerando suas restrições de saúde e “em sinergia com os ministros envolvidos no tema”. O porta-voz destacou que a proposição está sujeitas a ajustes, discussões e ponderações.

“O processo decisório de um tema tão relevante exige, naturalmente, muita análise e ponderação. A decisão será discutida no âmbito da casa dos legisladores. Nós acreditamos, de forma consensual e democrática, que o Congresso vai aprovar a proposta do nosso presidente. Ele compreende também a importância do timing dessa apresentação e está trabalhando para que isso seja feito num prazo menor possível”, afirmou Rêgo Barros.

Bolsonaro está em tratamento depois de ter sido submetido a uma cirurgia no intestino, no dia 28 de janeiro. Na ocasião, foi retirada a bolsa de colostomia usada desde o atentado à faca sofrido na campanha eleitoral, em setembro de 2018. Durante a internação, ele exerce as funções do Executivo de um gabinete improvisado na antessala do quarto onde se recupera. Nesta terça, não foi permitido que ele se deslocasse para o local ou fizesse caminhadas no corredor, como na semana anterior.

Saúde do presidente
Jair Bolsonaro permanece internado em unidade semi-intensiva no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e apresentou melhora no estado de saúde nas últimas 24 horas. As equipes médicas do hospital ainda não definiram data para alta.

Segundo o boletim médico divulgado nesta terça-feira (5), o presidente está sem dores e sem febre. Houve aumento da movimentação intestinal, o que possibilitou o início da ingestão de líquidos por via oral na noite dessa segunda (4), com 20 ml de água. Hoje, ele ingeriu mais dois copos com 20 ml cada.

Um dreno continua extraindo líquido do abdome do presidente, mas em menor quantidade, e a sonda no nariz também está sendo pouco usada. Bolsonaro segue fazendo fisioterapias e os exames laboratoriais apresentaram melhoras, mas as visitas permanecem restritas.

De domingo (3) para segunda-feira, o presidente ficou febril (37,3 ºC) e houve alteração em alguns exames laboratoriais. Foi constatado líquido no local em que estava a bolsa de colostomia e, após procedimento de punção, um dreno foi colocado no abdome. Na noite de domingo, ele iniciou um tratamento com antibióticos para evitar infecções.

Dinâmica mantida
Apesar de o presidente continuar com restrições médicas, o porta-voz afirmou que a dinâmica de trabalho do governo federal não está sendo prejudicada.

“Ele tem usado o telefone para comunicar-se com a sociedade via mídia social e eventualmente com ministros. Hoje, casualmente, ele não conversou com ninguém. Não obstante, isso não inviabiliza a possibilidade de ele direcionar a condução do governo, até porque os ministros se reportam a ele por meio do porta-voz, por meio do ajudante de ordem ou por meio de outros atores do governo que aqui se encontram”, afirmou Rêgo Barros.

Jair Bolsonaro exerce a Presidência da República do leito hospitalar desde o dia 30 de janeiro, embora a agenda oficial esteja pouco movimentada. As recomendações médicas são para que o presidente evite receber integrantes do governo no hospital e se comunique com ministros por videoconferência. Contudo, Bolsonaro também já despachou pessoalmente.

Procedimento cirúrgico
O procedimento realizado no dia 28 de janeiro foi comandado pelo médico gastroenterologista Antonio Luiz Macedo. O presidente da República está internado desde o dia 27 e deve permanecer no hospital até a completa recuperação. Até o dia 29 de janeiro, o general Hamilton Mourão comandou o Palácio do Planalto como presidente em exercício.

Esta foi a terceira vez que Jair Bolsonaro passou por uma cirurgia desde que levou uma facada na barriga, no dia 6 de setembro de 2018. O atentado aconteceu durante agenda da campanha presidencial em Juiz de Fora (MG). Adélio Bispo, responsável pelo crime, foi preso minutos depois e está detido no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).

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