Bolsonaro reúne filhos e cúpula do PL para definir estratégia após ação da PF
Grupo aliado a Jair Bolsonaro deve manter discurso de que operação da PF foi uma “retaliação” de Moraes e do governo Lula ao ex-presidente
atualizado
Compartilhar notícia
A busca e a apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro movimentaram a cúpula do PL, nesta quarta-feira (3/5). Logo após ser alvo da operação da Polícia Federal (PF), o ex-chefe do Executivo federal foi à sede do partido, em Brasília, com seus dois filhos parlamentares, o senador Flávio Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto, para definir estratégias diante da repercussão do caso.
Bolsonaro também se reúne com o ex-ministro das Comunicações Fábio Wajngarten e o advogado Marcelo Bessa para formular sua defesa no processo. Na sede da Polícia Federal (PF), mais cedo, Wajngarten afirmou que o ex-presidente só prestará depoimento à PF após ter acesso aos autos do processo.
A casa de Bolsonaro na capital federal foi alvo de busca e apreensão no âmbito da operação Venire, da PF, que investiga fraudes nos cartões de vacinação contra a Covid-19, conforme noticiou o Metrópoles. Bolsonaro nega ter adulterado os dados e repete que nunca tomou a vacina.
Saiba mais: PF apreende celular de Bolsonaro em operação contra fraude em cartão de vacina
Já estamos na porta da PF aguardando autorização para entrada no prédio bem como acesso aos autos do inquérito.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) May 3, 2023
Reação do PL e aliados de Bolsonaro
O líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), sugeriu que a ação foi uma forma de criar “um fato político” para desgastar a imagem de Bolsonaro e aliados.
Como possíveis motivos para a medida, Altineu citou a abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, a participação do ex-presidente no Agrishow e o adiamento da votação do projeto de lei (PL) das Fake News na Câmara, na noite de terça-feira (2/5).
“Depois de ter sido criada a CPMI [comissão parlamentar mista de inquérito do 8/1] que o governo não queria, depois de ter sido abraçado pelo povo na Agrishow, em Ribeiro Preto, e, depois de ontem, o governo ter perdido a votação do PL das Fake News, que nós queríamos outro texto, pois aquele remete à censura, aconteceu essa situação”, destacou.
O líder do PL não está sozinho nessa narrativa. O partido endossou, nas redes sociais, uma postagem do deputado Capitão Alberto Neto, na qual ele cita “retaliação”. Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, e o governo Lula são criticados no post.