metropoles.com

Barrado na CLDF, líder religioso pede R$ 300 mil por danos morais

Durante a votação de projeto sobre templos religiosos, representante de culto de matriz africana foi vetado no plenário por trajar roupas típicas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Manoela Alcântara Metrópoles
1 de 1 Manoela Alcântara Metrópoles - Foto: null

A falta de previsão no Regimento Interno sobre o tipo de vestimenta permitida em plenário pode custar caro aos cofres da Câmara Legislativa. Líder de uma religião de matriz africana, Alexandre de Oxalá, o Baba Alaiyé, processou a Casa por ter sido submetido a constrangimento no fim do ano passado. Agora, cobra R$ 300 mil em indenização por danos morais.

Em 15 de dezembro de 2015, os distritais votariam o projeto de lei de regularização de templos religiosos. Alexandre foi barrado na entrada do plenário por trajar roupas típicas de cultos, a exemplo das usadas na umbanda e no candomblé. Como não existe previsão regimental expressa para que deputados ou visitantes vistam terno e gravata, o líder religioso sentiu-se discriminado.

O argumento dado a ele na época foi de que a “tradição” exigia o uso de terno e gravata. Inconformado, Alexandre, que preside o Instituto Rede Afrobrasileira Sociocultural, abriu processo contra a Câmara Legislativa e a deputada Celina Leão (PPS), que comandava a Casa no dia do episódio.

Nunca tive esse tipo de problemas. Essa é a minha roupa de gala. Eu me sinto fruto de intolerância religiosa

Alexandre de Oxalá, logo após ter a entrada vetada em plenário

facsimile_celinaleao

 

A denúncia contra a Câmara e a presidente afastada foi enviada à Casa em 28 de setembro. Nas 16 páginas da ação, o advogado de Alexandre de Oxalá relata que, na ocasião, a então presidente da CLDF, Celina Leão, afirmou que não poderia haver exceção à regra, pois nem os deputados tinham essa prerrogativa.

A defesa diz ainda que, enquanto Alexandre foi barrado, representantes de outras religiões, como pastores evangélicos e padres católicos, puderam entrar no local. Mesmo após os apelos de alguns deputados, Celina não cedeu, e o líder religioso teve que acompanhar a votação da galeria. O problema, argumenta o advogado, é que não existe regra no Regimento Interno da Casa que obrigue o uso de terno e gravata.

Calça jeans
Embora Celina Leão tenha afirmado à época que não poderia haver exceção, é comum, no plenário da Câmara Legislativa, os deputados usarem apenas a parte de cima do traje passeio completo: camisa, gravata e paletó. Em muitos casos, com calça jeans e até tênis em vez de sapatos sociais. A própria presidente afastada é adepta de roupas mais despojadas e menos formais.

A reportagem procurou Alexandre de Oxalá e seus advogados, mas eles não retornaram os contatos. A deputada Celina Leão, por meio de assessoria, disse que não comentaria o processo.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?