Após despejo, segurança proíbe petistas de ficarem em corredor da CLDF
Grupo da Liderança do bloco PT/PSol ocupava espaço há 10 dias e agora está sentado no chão em frente à sala, em forma de protesto
atualizado
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Depois de 10 dias ocupando o corredor do segundo andar da Câmara Legislativa (CLDF) em forma de protesto por conta de um “despejo”, os servidores do bloco PT/PSol tiveram mesas e cadeiras usadas por eles recolhidas do local e foram impedidos de ocupar o espaço. Na manhã desta sexta-feira (15/2), ao chegarem em frente à porta da sala antes utilizada pela Liderança, os assessores se depararam com agentes terceirizados e membros da Coordenação de Polícia Legislativa (Copol), que impediram a permanência dos progressistas sob o argumento de risco à segurança.
A novela faz parte de uma disputa travada entre os deputados Chico Vigilante (PT) e Robério Negreiros (PSD). Como representante do Sindicato dos Vigilantes, o petista constantemente entra em conflito com o adversário, cuja família é proprietária da empresa de segurança Brasfort. Na última quarta-feira (13), os dois distritais voltaram a trocar ofensas por conta do não pagamento de vale-alimentação aos empregados da terceirizada dos familiares do pessedista.
“Essa é mais uma atitude de perseguição dele contra o PT. Estamos vivendo uma ditadura dentro da Câmara Legislativa, mas não vamos recuar. Vamos resistir e procurar nossos direitos no campo jurídico, já que eles querem assim”, disparou Chico Vigilante. “Ele pensa que é dono da Câmara, mas não é. Manda a segurança perseguir os servidores e até quem vem aqui para trabalhar”, completou.
Despejo
No último dia 4 de fevereiro, os servidores e comissionados do bloco foram surpreendidos com a retirada de materiais da sala que ocupavam há, pelo menos, 8 anos. Ao tentarem abrir a porta, as fechaduras haviam sido trocadas e, desde então, não puderam ter acesso a documentos que ficam no ambiente, entre eles memórias de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e referentes ao processo da Operação Caixa de Pandora.
De acordo com servidores, um grupo de agentes de segurança foi nessa quinta-feira (14) até o local onde eles estavam sentados e “praticamente os obrigaram a assinar uma notificação” avisando que eles deveriam retirar as mesas e cadeiras do local.
“Chegaram colocando a mão na gente, querendo que assinássemos o documento. Eu disse que o responsável pelo gabinete da Liderança não estava e mesmo assim eles insistiram. Parece que querem que percamos a razão para terem argumentos contra nós. Isso não vai terminar bem”, afirmou um servidor, temendo por novas perseguições.
Redistribuição
A ordem para a retirada dos servidores partiu de Robério Negreiros, que é o segundo-secretário da Casa e responsável pela manutenção e contratos do prédio-sede da CLDF. De acordo com o deputado, o bloco PT/PSol ocupava duas salas, enquanto outras lideranças, apenas uma. Por isso, o espaço seria redistribuído para atender a todos de forma equilibrada.
Segundo Robério, a retirada das mesas e cadeiras do corredor ocorreu por motivo de segurança. O distrital afirmou que a ocupação descumpria normas do Corpo de Bombeiros, o que justifica a ação da Copol na retirada. O pessedista confirmou ter havido a notificação para retirada do material.
“O PT sempre diz que está sendo perseguido. O que eles querem é manter o latifúndio deles. Se ele continuassem com as duas salas, algum bloco ficaria sem espaço. Então estamos praticando a isonomia”, afirmou Robério, que no final da tarde com a assinatura dos membros da Mesa Diretora da Casa publicou uma nova normativa para a distribuição dos gabinetes das lideranças.
O coordenador-chefe da Copol, Mauro Leite Pereira, foi procurado pela reportagem, mas disse que não se manifestará sobre o caso.
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