Após crise, Ibaneis faz reunião com representantes de PMs e bombeiros
Governador pediu encontro após insatisfação de associações, que criticaram ameaças do emedebista. Entidades não querem reajuste diferenciado
atualizado
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Após forte pressão e ameaças de policiais militares e bombeiros, o Palácio do Buriti convocou reunião com representantes da categoria e deputados. Por volta das 17h desta terça-feira (26/2), foi iniciado encontro para debater os reajustes das categorias.
A crise foi deflagrada com a reação do governador Ibaneis Rocha (MDB) à nota divulgada na segunda-feira (25) pelo Fórum das Associações Representativas dos Policiais e dos Bombeiros Militares. A entidade afirmou que “não aceitará, em nenhuma hipótese, aumentos diferenciados entre a Polícia Civil e os militares do DF”.
Nesta terça (26), Ibaneis subiu o tom e disse que, embora esperasse uma solução pacífica, não aceitaria que as categorias adotassem medidas que prejudiquem a segurança da população. “Eles têm uma legislação muito rígida e eu vou aplicá-la também, a qualquer momento, se for necessário. Acho que, pelo lado do entendimento, nós temos como evoluir muito.”
Com a repercussão negativa nas tropas, que já ameaçavam “operações tartaruga”, nas quais reduzem drasticamente o ritmo dos trabalhos, Ibaneis chamou representantes das corporações para conversar.
Foram ao Buriti o coronel da PMDF Mauro Manoel Brambilla, coordenador da Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares Estaduais (Feneme); o tenente-coronel Eduardo Naime, presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (Asof); o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres; o presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB); o deputado distrital Hermeto (PHS); a comandante-geral da PMDF, Sheyla Sampaio; e a procuradora-geral do DF, Ludmila Lavocat.
Entenda a confusão
Pressionado por entidades que representam PMs e bombeiros desde que anunciou reajuste de 37% à Polícia Civil, Ibaneis Rocha disse, nesta terça (26), esperar que os militares brasilienses “tenham consciência e responsabilidade” na discussão sobre o aumento salarial da categoria.
O governador disse ainda que PMs e bombeiros “estão falando [sobre a proposta] sem qualquer tipo de conhecimento, infelizmente. E sem acreditar num governo que tem se mostrado de uma credibilidade enorme, um governo que tem dado mostras de que cumpre compromissos. Então, eles estão se antecipando a uma discussão que ainda está sendo travada”.
A preocupação do Palácio do Buriti é com o discurso de lideranças de setores das duas corporações que tem incitado a tropa a se rebelar contra a possibilidade de um reajuste menor do que o oferecido à Polícia Civil. A proposta em elaboração pelo Palácio do Buriti pretende incorporar o auxílio-moradia pago às corporações, não atingindo o mesmo percentual de 37%.
Os militares, contudo, reclamam da falta de diálogo do GDF com os profissionais e lembram da possibilidade de acionar a Justiça para negociar reajustes em caso de negativa do governo. “Em acórdão recente, o STF [Supremo Tribunal Federal], ao julgar inconstitucional a greve da segurança pública, deu legitimidade para que os sindicatos e associações de servidores policiais representem seus associados junto ao governador de sua respectiva unidade da Federação”, afirmou o Fórum das Associações Representativas dos Policiais e dos Bombeiros Militares em nota.
Segundo o coronel Rogério Leão, membro da Asof, as associações defendem que PMs e bombeiros recebam uma recomposição no mesmo patamar da concedida à Polícia Civil, mas sem incluir a possível integração do auxílio-moradia nos salários das tropas. “Queremos reajuste igual aos valores pagos pelo governo federal em cima do nosso salário base. Incorporar o auxílio-moradia é outra coisa”, disse.
Veja a nota divulgada na segunda-feira